Giuliana Napolitano
São Paulo – Os países do Golfo devem importar US$ 901 milhões em móveis neste ano. Será um crescimento de 13,2% em relação ao volume de 2002, que foi de US$ 796 milhões.
O Brasil ainda tem uma fatia pequena nesse mercado – dados da Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel) mostram que, de janeiro a agosto deste ano, o país exportou US$ 1,65 milhão para o Golfo. Mas, para os empresários que participaram da 13.ª edição da Index, feira do setor moveleiro, decoração e design que aconteceu na semana passada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a expectativa é de crescimento.
"A feira foi um sucesso e a participação brasileira nas importações de móveis da região deve aumentar", disse o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Michel Alaby, que esteve em Dubai.
"Os empresários venderam tudo o que levaram para a feira", disse Alaby. Segundo ele, no próprio evento, foram fechados negócios no valor de US$ 1 milhão.
A Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), órgão do governo brasileiro que participou da Index, informou que as empresas brasileiras fizeram mais de 1.000 contatos comerciais durante a feira, que podem gerar negócios de US$ 4,5 milhões nos próximos 12 meses.
Hoje, o maior fornecedor de móveis e artigos de iluminação para os países do Golfo é a Itália, que responde por cerca de 40% do volume importado pela região.
Segundo o jornal Gulf News, o bloco também vem ampliando as importações de madeira cerrada, usada para fabricar portas, por exemplo. A previsão é de que haja um crescimento de 6% neste ano em relação a 2002, para US$ 500 milhões. Novamente, a Itália é o maior fornecedor, ao lado da Malásia, Indonésia, Coréia do Sul e China.
Petróleo dá espaço a outros setores
Fazem parte do Golfo a Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Kuwait e Omã. A base da economia desses países é o petróleo – a região detém quase metade das reservas mundiais da commodity.
Nos últimos anos, porém, a maioria dos países tem feito um esforço para diversificar as economias. Nos Emirados Árabes, por exemplo, o setor não-petrolífero, que inclui indústria, comércio e serviços, já respondeu por 72,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado. Em 2000, a taxa estava em 70,5%, informou o Gulf News.

