São Paulo – A Jordânia é uma exportadora de tâmaras, fornece a fruta a mais de 15 países e quer entrar com o produto no mercado brasileiro. As tâmaras jordanianas foram apresentadas a empresários do Brasil nesta quarta-feira (18) no seminário “Jordânia & Brasil – Desafios e Oportunidades”, que ocorreu na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, com presença de uma delegação do país árabe. O grupo se encontra na capital paulista para participar da feira de alimentos e bebidas Apas Show.
Segundo dados mostrados no seminário pelo presidente da Associação de Tâmaras da Jordânia (Jordan Dates Association), Anwar Haddad, o Brasil importa tâmaras, mas não da Jordânia. O país árabe, no entanto, é um produtor tradicional da fruta com mais de três mil anos de história no seu cultivo e uma forte expansão da produção em fazendas desde os anos 1970. Atualmente, a área plantada com tâmaras na Jordânia é de cerca de 4.500 hectares, com cerca de 650 mil tamareiras.
A produção, que é de 30 mil toneladas por ano, cresce acima dos 10% ao ano, segundo informações apresentadas por Haddad no evento. Do total, 10 mil toneladas são exportadas para mais de 15 países. Haddad contou que apesar de também ser produtora de tâmaras, a Arábia Saudita está entre os principais importadores da fruta da Jordânia. Os Emirados Árabes Unidos são o maior importador, com 21%, seguidos pelos sauditas, com 14%, por França (12%), Kuwait (10%), e depois por Reino Unido, Turquia, Catar, Líbano e Marrocos.
O presidente da Jordan Dates Association contou aos participantes sobre a presença das tâmaras locais no país desde a época de Jesus Cristo. A Bíblia traz relatos de passagens de Jesus no país árabe, inclusive com a citação de tamareiras em alguns fatos da história dele. Haddad contou inclusive que elas são cultivadas na região onde ocorreu o Batismo de Jesus Cristo. Segundo a Bíblia, Jesus foi batizado no Rio Jordão por João Batista, que fica na atual Jordânia.
Haddad também relatou que o grande volume da produção de tâmaras da Jordânia é da variedade Medjool, cultivada em poucos lugares do mundo. Das 30 mil toneladas produzidas ao ano, 20 mil são Medjool. Segundo ele, a pressão atmosférica jordaniana favorece a produção. “Por isso nossas tâmaras têm esse sabor maravilhoso”, disse. Ele afirmou que a Jordânia não produz grande volume da fruta, mas que as tâmaras locais têm alta qualidade. O país cultiva também a variedade Barhi.
A Jordan Dates Association participa da missão jordaniana ao Brasil, assim como outras lideranças do setor privado e empresários, que cumprem agenda no País acompanhados pelo embaixador da Jordânia no Brasil, Maen Masadeh. As empresas jordanianas são expositoras na Apas Show, como parte de estandes organizados pela Câmara Árabe, assim como companhias dos Emirados, Egito e Tunísia. A feira começou na segunda-feira (16) e segue até a quinta-feira (19).
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