São Paulo – A Jordânia deve ter queda de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, mas crescimento de 2,5% em 2021, como reflexo de uma recuperação gradual com a perspectiva de que a pandemia da covid-19 diminua. A previsão consta em relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) feito pelo consultor do organismo no Departamento de Oriente Médio e Ásia Central, Ali Abbas, após discussões virtuais com autoridades jordanianas.
Abbas afirmou que o trabalho do governo pela contenção da pandemia na primeira metade deste ano ajudou a proteger vidas e meios de subsistência, mas mesmo assim, a crise afetou a economia jordaniana. Maior desemprego, diminuição do turismo, menos remessas financeiras, menor receita para o governo e o setor público foram alguns dos reflexos. Na foto acima, mercado em Amã.
Segundo o consultor, porém, o governo da Jordânia mostrou disciplina política, com movimento contra a evasão fiscal e com o fortalecimento da administração tributária, além de manter em pé o acesso ao mercado externo. As metas fiscais deste ano foram relaxadas para apoiar os esforços no combate à pandemia e proteger vidas e empregos.
Nas conversas realizadas por Abbas com as autoridades, houve acordo sobre as metas fiscais de 2021 para garantir o apoio à recuperação econômica e ao mesmo tempo conter o aumento da dívida pública. O acerto inclui uma revisão do programa de reforma econômica apoiado pelo Programa de Financiamento Ampliado (FEP, na sigla em inglês), com a liberação de US$ 146 milhões pelo FMI para a Jordânia, chegando a um desembolso total de US$ 687 milhões em 2020.
“O EFF oferece flexibilidade para acomodar os gastos relacionados à covid, que foram mais elevados que o esperado e visam proteger os mais vulneráveis”, diz Abbas no relatório. Já o financiamento de parceiros internacionais da Jordânia, incluindo apoio a refugiados sírios que vivem no país, segue em situação crítica. A equipe técnica do FMI propôs ao fundo antecipar desembolsos em 2021 do Instrumento de Financiamento Rápido, com valor previsto de US$ 1,7 bilhão entre 2020 e 2024. As sugestões da equipe técnica passarão por exame para aprovação do Conselho Executivo do FMI.