São Paulo – A Khalifa Industrial Zone Abu Dhabi (Kizad), zona industrial de Abu Dhabi, vem traçando planos para atrair empresas brasileiras. Segundo Khalid Al Marzooqi (foto acima), diretor comercial, a Kizad já vem se aproximando de investidores brasileiros para entender as necessidades e desafios de cada negócio. “Para facilitar a entrada [de empresários brasileiros] no mercado, estamos oferecendo planos de investimento e pacotes de incentivos feitos sob medida, bem como colaborando com vários departamentos governamentais para ajudar as empresas brasileiras a agilizar seu processo de instalação”, detalhou ele em entrevista por e-mail à ANBA.
A Kizad é uma subsidiária da zona industrial de propriedade da Abu Dhabi Ports, a operadora portuária estatal do emirado. A empresa oferece aos inquilinos benefícios fiscais e menores tarifas de energia e serviços públicos. Além dessas ações, o diretor comercial citou novas regulamentações aprovadas pelo governo do emirado que vêm contribuindo para estimular novas marcas a trabalharem em Abu Dhabi. As medidas incluem a permissão de 100% de participação estrangeira no negócio. Outra oportunidade é a possibilidade de empresas estrangeiras fazerem joint venture e parcerias (com participação de 49%) com empresas locais.
A zona industrial já conta com importantes empresas brasileiras estabelecidas localmente, como a gigante do setor da alimentação Brasil Foods (BRF). Para Khalid Al Marzooqi, a missão comercial de entidades dos Emirados Árabes Unidos ao Brasil no ano passado contribuiu para o aumento da procura de brasileiros. Outro passo importante nessa aproximação foi a assinatura de um memorando de entendimento (MOU) entre o Porto de Abu Dhabi e a Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “A Kizad tem colaborado e simplificado seu envolvimento com os principais investidores brasileiros que buscam desenvolver negócios na região. A missão resultou em um grande aumento de consultas e a Câmara Árabe tem dado apoio para facilitar essas discussões”, afirmou.
Um dos atrativos da zona franca é a proximidade com mercados da África e os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que agiliza e reduz custos de frete, por exemplo. Segundo a Kizad, os negócios entre o Brasil e os países do GCC estão estimados em US$ 15 bilhões ao ano e Al Marzooqi é otimista com relação ao pós-pandemia. “À medida que a Kizad facilita e agrega mais valor a esses investimentos, esperamos que esse número continue a crescer nos próximos anos”, afirmou.
O diretor frisa a importância das empresas brasileiras, especialmente as produtoras de alimentos, para continuar dando suporte a outras nações. “O Brasil está entre os maiores fabricantes e distribuidores de alimentos do mundo e, após a covid-19, esperamos que continue a desempenhar um papel importante na contribuição para a segurança alimentar internacional por meio de sua atividade no centro de fabricação e logística de alimentos da Kizad”, pontuou o diretor.