São Paulo – O coletivo Lente Cultural promove o curso “Líbano e Jordânia: A Era das Civilizações Comerciais”. Serão três aulas ministradas pelo professor Plinio Freire Gomes, em 13, 15 e 17 de maio, das 19h30 às 22h, no Espaço Lente Cultural, em São Paulo. As inscrições estão abertas.
As aulas tratarão das civilizações comerciais em Beirute, Biblos, Sídon, Tiro e Baalbek (Líbano), e Petra (Jordânia) no período de passagem entre a Idade do Bronze e a Idade do Ferro, por volta de 1.200 a.C., quando a região teve um momento inédito de prosperidade econômica. Na foto acima, um camelo na cidade de Petra, na Jordânia.
De acordo com Gomes, atividades como a agricultura, o pastoreio e o artesanato geravam cada vez mais excedentes à espera de canais de escoamento, e esta riqueza criava a demanda por produtos de luxo, que quase sempre tinham que ser trazidos de muito longe. A junção desses fatores propiciou uma grande aceleração nas trocas comerciais e, com isso, rotas que antes se limitavam a circuitos regionais passaram por um processo de rápida expansão.
“Primeiro, os mercadores conquistam os mares; surgiram embarcações construídas com técnicas novas, que estabeleceram conexões regulares entre Creta e o Egito, ou entre as ilhas gregas do Egeu, a Ásia Menor e a Síria; logo em seguida, por volta do ano 1.000 a.C., outra inovação crucial ampliou ainda mais as possibilidades de comércio. No norte da Península Arábica, em algum lugar entre a Arábia Saudita e a Jordânia atuais, tribos beduínas aprenderam a domesticar um deselegante, porém, resistente tipo de quadrúpede – o camelo”, explicou Gomes à ANBA por e-mail. Ele está em viagem a Teerã, no Irã.
O historiador enfatizou que até hoje o animal costuma ser chamado de “safinat al-sahra” (“navio do deserto”, em árabe). “Áreas antes impenetráveis passaram a ser percorridas por assíduas caravanas, que iam e vinham carregadas de mercadorias”, destacou.
Com a domesticação do camelo, a realidade econômica foi redefinida pela ideia de circulação. “Foi para conectar a produção e o consumo de terras distantes entre si que surgiram culturas especializadas em fazer negócio; povos como os fenícios e os nabateus foram imbatíveis na arte de vender e de comprar, fundando autênticas civilizações comerciais”, concluiu o professor.
Plinio Freire Gomes é mestre em História pela Universidade de São Paulo e autor de “O Herege vai ao Paraíso” (Companhia das Letras). Já lecionou no Masp, Mam, Casa do Saber, Centro Universitário Maria Antonia e Instituto de Cultura Árabe. É membro fundador do coletivo Lente Cultural e atualmente apresenta conferências e cursos sobre História da Arte com foco nos períodos helenístico, romano e renascentista, mas sua principal área de atuação é a cultura islâmica.
As inscrições para o curso podem ser feitas pelo site da Lente Cultural. As vagas são limitadas.
Serviço
“Líbano e Jordânia: A Era das Civilizações Comerciais”
prof. Plinio Freire Gomes
13, 15 e 17 de maio
2ª, 4ª e 6ª feira, das 19h30 às 22h
Espaço Lente Cultural
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1690, conj. 41
São Paulo
Curso integral (3 aulas): R$ 255,00
Aula avulsa: R$ 95,00.
Inscrições abertas