São Paulo – A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) fez uma série de recomendações ao Líbano para que o país impulsione a entrada de capital estrangeiro em setores chaves da economia. A Unctad é o órgão das Nações Unidas que promove a integração dos países em desenvolvimento à economia mundial.
Notícia sobre o tema foi publicada no site da Unctad nesta quinta-feira (7) e diz que a revisão da política de investimentos do Líbano foi discutida na ONU em Genebra, no mês de dezembro, e apresentada oficialmente em Beirute, capital libanesa, na quarta-feira (6) pelo ministro da Informação do Líbano, Jamal Jarrah, em nome do primeiro-ministro, Saad Hariri (foto acima).
O país recebeu US$ 2,62 bilhões de investimento estrangeiro direto (IED) em 2017, depois de US$ 2,61 bilhões em 2016 e US$ 2,35 bilhões em 2015. No ano anterior, em 2014, o volume de capital estrangeiro investido foi de US$ 2,9 bilhões. Em 2013 foram US$ 2,66 bilhões em IED e em 2012 US$ 3,1 bilhões, segundo relatório da Unctad sobre os fluxos de investimentos mundiais.
A Unctad ressaltou em sua revisão que os setores imobiliário e de construção foram os que mais receberam IED e cresceram nesse recebimento nos últimos anos. Segundo o organismo, as entradas de capital estrangeiro na produção impulsionaram a criação de empregos e a expansão de novos setores da economia, como tecnologia da informação e indústria 4.0.
O organismo ressalta, porém, que apesar o forte setor privado libanês, da força de trabalho qualificada, grande diáspora do país e da localização estratégica, o Líbano enfrenta desafios econômicos e sociais. Segundo a Unctad, os gargalos regulatórios e institucionais afetam as perspectivas de diversificação de IED e, consequentemente, o impacto do desenvolvimento local.
A Unctad sugere medidas para corrigir os problemas regulatórios, a remoção de restrições à entrada de investidores e o combate ao alto nível de concentração do mercado com a adoção de uma estrutura de concorrência. Outra recomendação é a implementação da governança eletrônica, que é o uso de tecnologia para entrega de serviços e produtos do governo aos cidadãos e empresas.
O organismo da ONU se mostrou disposto a fornecer assistência ao Líbano na área, com apoio ao empreendedorismo, à melhora dos quadros legais para concorrência e defesa do consumidor e à capacitação – inclusive na alteração das leis de investimentos.
Hariri endossou as recomendações da Unctad e afirmou que o país trabalhará para implementar as medidas recomendadas e impulsionar o investimento estrangeiro direto. O governo está “comprometido com a mudança”, segundo o primeiro-ministro. Jamal Jarrah afirmou que as reformas serão implementadas para o crescimento econômico e a geração de empregos, especialmente entre os jovens.