São Paulo – Dois dias antes da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos, quatro países reconheceram formalmente o Estado da Palestina no domingo (21): Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal também condenaram o conflito em Gaza. A expectativa é que, nos próximos dias, a França e outras nações também reconheçam o Estado da Palestina.
De acordo com informações da Agência Brasil, em seu anúncio, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer disse que israelenses e palestinos merecem viver em paz, o que não acontece atualmente. “Hoje, para reviver a esperança de paz e de uma solução de dois Estados, eu declaro, como primeiro-ministro deste grande país, que o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”, afirmou.
Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney disse que seu país apoia a existência de dois estados desde 1947, mas lembrou de episódios que enfraqueceram a hipótese de existência de dois estados, entre os quais os ataques do Hamas e o massacre na Faixa de Gaza.
“É nesse contexto que o Canadá reconhece o Estado da Palestina e oferece nossa parceria em construir a promessa de um futuro pacífico para ambos, o Estado da Palestina e o Estado de Israel. O Canadá faz isso como parte de um esforço internacional coordenado para preservar a possibilidade de uma solução de dois Estados”, afirmou Carney, lembrando que a expansão de assentamentos de colonos israelenses na Cisjordânia é ilegal sob as leis internacionais.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, chamou atenção para o papel essencial que a Liga Árabe e os Estados Unidos devem exercer para que o Estado palestino se torne viável.
“A Austrália reconhece a aspiração legítima e antiga do povo da Palestina de um Estado próprio. O reconhecimento da Palestina hoje, junto com o Canadá e o Reino Unido, é parte de um esforço internacional coordenado de construir um novo momento de uma solução de dois Estados, começando com o cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns capturados nas atrocidades de 7 de outubro de 2023”, afirmou.
Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel afirmou que seu país pede “do fundo dos nossos corações que cessem todas as hostilidade, que se dê uma oportunidade ao restabelecimento da plena ajuda humanitária para que se abra uma fresta de luz para a paz”, disse. “O governo português escolheu simbolicamente fazer essa declaração na representação permanente de Portugal na ONU precisamente para dar o sinal de que só sob a égide das Nações Unidas e do espírito da sua carta fundadora é possível alcançar uma solução para o conflito”, afirmou.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, informou que recebeu “com satisfação” o anúncio feito pelos quatro países e afirmou que sua decisão evidencia o crescente consenso internacional sobre a necessidade de assegurar aos palestinos o seu direito à autodeterminação.
“O Brasil, que reconhece o Estado da Palestina desde 2010, reafirma a convicção histórica de que o único caminho para a paz e a estabilidade no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, coexistindo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como capital”, afirmou o Itamaraty.
Há a expectativa de que mais países reconheçam o Estado Palestino nos próximos dias, entre eles a França. O Brasil tem trabalhado para que mais países o façam. Mais de 140 nações reconhecem a Palestina, entre elas: Espanha, China, Rússia, Noruega, Suécia, Argentina, Colômbia, Chile e Índia. Não a reconhecem, entre outros, Israel, Estados Unidos, Japão, Itália, Suíça, Hungria, Áustria, Alemanha e Holanda.
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