Cairo – O secretário-geral e CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour (foto acima), disse que há grandes oportunidades para investimentos brasileiros no Egito, tendo em vista as vantagens que o país apresenta decorrentes de acordos comerciais e da localização geográfica. Mansour falou na 5ª Conferência FingerPrint “Fórum para Promoção de Oportunidades de Investimento nos Setores Público e Privado”, que ocorreu em 22 e 23 de novembro no hotel Nile Ritz Carlton, no Cairo.
Ele disse que o Egito é um mercado estratégico para a entrada de produtos nos mercados da África e do Oriente Médio, além dos países europeus, que possuem acordo de livre comércio com a nação árabe. O executivo falou sobre a possibilidade de transformar o Egito em um centro logístico para produtos brasileiros, especialmente de cereais e grãos, estabelecendo silos para armazenar esses produtos ao longo do ano e fornecê-los tanto ao Egito quanto para a região no seu entorno.
Mansour explicou que as empresas brasileiras têm experiências bem-sucedidas de investimento no mundo árabe, especialmente na Arábia Saudita, Emirados Árabes e Sudão, o que desperta o apetite dos investidores para ingressar também em outros mercados da região. Ele citou a experiência brasileira de produção de carne de frango na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos e disse que ela contribuiu para o aumento das exportações halal para os mercados do Leste Asiático.
O secretário-geral também contou na sua palestra sobre a grande delegação brasileira presente na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), que ocorreu neste mês em Sharm El Sheikh, no Egito. Estiveram presentes na COP27 cerca de 200 pessoas representando os setores público e privado do Brasil, o que confirma o interesse do país pela região árabe, segundo Mansour.
Em um painel especial sobre segurança alimentar, Mansour lembrou a experiência brasileira, que levou o país a alcançar a segurança alimentar, e convocou os países árabes, liderados pelo Egito, a tirar proveito dela para alcançar a segurança alimentar e passar da condição de importadores para a de exportadores. “Da mesma forma, há 50 anos, o Brasil importava tudo o que comia, mas agora se tornou um dos maiores players no mercado global de produtos de proteína animal, grãos e cereais”, disse.
Mansour acrescentou que os últimos cinquenta anos testemunharam grandes mudanças políticas e econômicas no Brasil, que contribuíram para o avanço da infraestrutura e da legislação, tornando o Brasil a maior fonte de alimentos do mundo. Segundo ele, de cada quatro pratos que são consumidos no mundo, um é oriundo do Brasil. Ele lembrou que o País não era exportador de trigo, mas que vem suprindo 40% das necessidades desse produto da Arábia Saudita. Ele também contou do crescimento do Brasil na produção de algodão e como fornecedor mundial de produtos halal.