São Paulo – Os produtos da mineração se configuram em uma oportunidade para o Brasil aumentar sua presença nos países árabes, diversificando a pauta de negócios com a região para além do agronegócio. A informação faz parte de um estudo do Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que indica a potencialidade das parcerias entre Brasil e países árabes neste segmento.
O gerente de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, Marcus Vinícius, lembra a empresa brasileira Vale, de mineração, que está em Omã, e sugere que esse modelo de negócios seja mais utilizado, com empresas brasileiras do segmento se estabelecendo por lá, exportando seus produtos do Brasil e os beneficiando por na região para fornecer aos mercados internos dos países e a nações próximas.
“Os países podem ser hubs logísticos de reexportação de minerais para outras nações árabes, além de outras dos continentes asiático, europeu e africano, que estão nas proximidades, otimizando e reduzindo custos de logística”, diz Vinícius, lembrando que há atualmente um encarecimento do transporte e que o “transit time” marítimo tem uma média de 40 dias do Brasil para as nações árabes.
O estudo aponta a oportunidade que há para negócios na área, já que o Brasil possui potencial como fornecedor de minerais críticos como lítio, grafite e terras raras, essenciais para a transição energética. O País é ainda o 2º maior produtor mundial de minério de ferro, o maior em nióbio, o 3º de bauxita, o 7º em manganês, o 14º em ouro, o 15º em níquel e o 5º em fosfato, segundo os dados.
Do Brasil
No ano passado, a mineração brasileira faturou US$ 49,64 bilhões. Há expectativa de investimentos de US$ 64,5 bilhões por empresas do setor no País até 2028, impulsionadas por projetos socioambientais, de logística e de minerais críticos. O estudo lembra que a cadeia produtiva da mineração tem um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com destaque para o ferro e a siderurgia.
Por outro lado, os países árabes importaram US$ 8,36 bilhões em minérios, escórias e cinzas em 2022, tendo Bahrein, Omã, Egito, Emirados Árabes Unidos e Egito como os principais compradores desses produtos na região. O Brasil é um dos grandes fornecedores aos árabes no segmento, juntamente com países como Canadá, Suécia, Chile, Guiné, Índia e Austrália.
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