São Paulo – O Projeto Halal do Brasil vai oferecer o treinamento “Explorando o mercado halal” a partir de julho. O curso é online, aberto a qualquer pessoa que deseje conhecer mais e atuar no mercado de produtos halal, que são aqueles feitos de acordo com as normas islâmicas. O Projeto Halal do Brasil é uma parceria entre a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para promover no exterior alimentos e bebidas halal feitos no Brasil.
De acordo com a head de Projetos Internacionais da Câmara Árabe, Fernanda Dantas, o curso é mais uma iniciativa do projeto para ajudar empresas a atuar no mercado islâmico global. Ele acrescenta uma nova fonte de informação a um segmento que, no Brasil, ainda conta com poucos estudos e pesquisas.
“Passa a ajudar as empresas em seu processo de certificação a se posicionar nestes mercados, agregar valor ao seu produto, ter estratégia para esses mercados e ficar neles no longo prazo. Não existe uma grande literatura de material sobre o mercado halal no Brasil. Existe no Reino Unido e na Malásia, que faz muita pesquisa e um trabalho de estruturar o halal como um selo de qualidade como algo além do religioso, algo que também já ocorre na Europa”, diz.
Produtos halal são feitos de acordo com regras e processos do islamismo. Não podem, por exemplo, conter traços de carne suína, que não pode ser consumida pelos seguidores da religião. A produção halal também determina as normas de abate de bovinos e de aves, o que inclui cuidados com a higiene. Por isso, produtos halal, que são certificados por empresas específicas, são vistos pelo cliente muçulmano e, em alguns países por clientes não muçulmanos, como de qualidade superior. Permite, portanto, que um público ainda maior do que os estimados 1,9 bilhão de muçulmanos consumam produtos halal no mundo.
Conteúdo extra para conhecer melhor o mercado halal
O curso será dividido em três módulos. O primeiro apresentará uma introdução da cultural halal, a importância da certificação halal para os muçulmanos e o papel do Brasil neste mercado. Apesar de não ser um país de maioria muçulmana, o Brasil tem expertise na produção halal.
O segundo módulo aprofundará os dados de alimentos e bebidas halal globais, quais são os principais países importadores de alimentos e bebidas halal e promoverá um “diálogo” do conceito halal com a abordagem ESG (ambiental, social e governança corporativa, na sigla em inglês). Por fim, o terceiro módulo terá foco no marketing dos produtos halal. A contribuição e o posicionamento de marcas com produtos halal para a sociedade serão apresentados nesta fase do treinamento.
Os módulos serão formados por aulas de 15 a 20 minutos de duração e terão exercícios. O curso terá duração total de oito horas e, ao final dele, o aluno recebe um certificado de conclusão. Além dos módulos, o treinamento é formado por um material complementar como cinco podcasts e um infográfico.
O primeiro podcast vai abordar a presença do Brasil no mercado halal, que será apresentada pelo CEO e secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour. O segundo episódio mostrará os processos de certificação, apresentados por uma empresa certificadora; e o terceiro abordará a presença de marcas brasileiras no universo halal, com os exemplos da Mel Barrufi e da Tropicool, que produz açaí.
O quarto episódio apresentará o tema “O halal sempre foi ESG”, sobre como esse processo de produção se associa às regras e demandas dos padrões ESG. Terá a participação do ex-presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, e da diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves.
“O quinto episódio terá o tema ‘E depois?’, em que serão abordados o crescimento do mercado e que outros produtos podem ser explorados pelo Brasil além de alimentos e bebidas”, diz Dantas.
O curso será lançado em 1 de julho e será divulgado por uma ação de marketing. Poderá ser baixado na plataforma Twygo. O treinamento é pago e liberado por licenças de uso. Cada licença é acessível para um usuário.
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