São Paulo – As exportações brasileiras de produtos para animais de estimação têm crescido, especialmente para os países árabes, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, e nações da América Latina. Apesar de não estar entre os principais compradores, o mercado saudita se mostra extremamente promissor para a indústria brasileira em razão de um crescimento explosivo da população pet no país.
“Entre os anos de 2020 e 2024 a população de gatos cresceu 123,2%, chegando a 2,1 milhões de animais. A população de cães aumentou 99,7%, representando um total de 295,5 mil animais, e a população de pássaros cresceu 29,3%, chegando a 167 mil animais”, disse para a reportagem da ANBA o presidente-executivo do Instituto Pet Brasil (IPB), Caio Villela.

“Este crescimento de aproximadamente 1,1 milhão de gatos no período, combinado com investimentos significativos tanto do setor privado quanto governamental no mercado pet saudita, cria uma demanda substancial por produtos brasileiros, especialmente pet food para gatos, onde temos forte competência produtiva.”
Mas se a Arábia Saudita ainda não figura entre os principais clientes da indústria brasileira de produtos para pets, os Emirados estão no ranking. O maior importador do setor é a Colômbia, seguida por Uruguai, Emirados Árabes Unidos, Bolívia e Chile. “Acreditamos que a ligação histórica do Brasil com os países árabes, e a crescente popularização dos pets nessa região – principalmente os felinos – são elementos que mostram o potencial desse mercado para nossa indústria”, explica Villela.
No ano passado, o valor das exportações do setor chegou aos US$ 580,5 milhões, isto é, R$ 3,237 bilhões, de acordo com dados do IPB. O número representa um crescimento de 29% em relação ao ano de 2023. Entre os produtos mais exportados estão os pet food, que correspondem a 86,11% do total das vendas do ano passado. Em seguida, aparecem os produtos de pet care, com 11% do total.
“Esse valor de quase 90% das vendas mostra um forte desempenho do pet food nas exportações e da nossa competitividade neste segmento. Já o valor das exportações de pet care sugere uma diversificação positiva em produtos de maior valor agregado”, explica o presidente-executivo do IPB.
Apesar das boas notícias para o setor de pets, as projeções de faturamento para 2025 do IPB não se mostram tão positivas. Para este ano a previsão é que ocorra uma retração de 3,7% na produção nacional.
“Temos potencial para ser um ator mais relevante no mercado mundial, mas para isso é preciso superar os desafios internos. A manutenção do crescimento do mercado pet saudita tem sido vista por nós como uma oportunidade que o setor trabalha para aproveitar”, completa Villela.
Mercado interno pet
Quando falamos de mercado pet interno, também temos dados bem expressivos. Com uma população de animais de estimação superando a marca de 164,6 milhões em 2024, o número de felinos é o que tem mais se destacado no país.
Com um crescimento de 4,5% entre 2023 e 2024, esse aumento representou quase o dobro da média mundial, atingindo 32,2 milhões de gatos no Brasil.
“O que podemos dizer é que a venda de produtos para gatos está crescendo porque o número de pessoas com gatos em casa está crescendo, também. Um dos motivos para esse aumento é o porte menor do animal, o menor custo de manutenção e as independências destes animais”, diz Villela.
Apesar deste aumento de gatos nos lares brasileiros, os cães ainda representam a maior população pet no país. Entre os anos de 2023 e 2024, a quantidade de cães saltou de 62,2 milhões para 63,7 milhões, representando uma alta de 2,37%.
Criado em 2013, o IPB atua para estimular o desenvolvimento e a profissionalização da cadeia de produtos e serviços para animais de estimação no país.
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Reportagem de Rebecca Vettore, em colaboração com a ANBA


