São Paulo – As relações com países árabes foram mencionadas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso na sessão plenária de presidentes da Cúpula do Mercosul e Estados Associados nesta segunda-feira (8), em Assunção, no Paraguai.
Lula falou dos últimos resultados e medidas do bloco, entre eles o lançamento das negociações por um acordo de livre comércio entre o Mercosul e os Emirados Árabes Unidos e a ratificação pelo Brasil do acordo de livre comércio com a Palestina no dia 3 de julho.
“Sob a liderança do presidente Santiago Penã, foi lançado um processo de negociação com os Emirados Árabes Unidos”, disse Lula. Peña, presidente do Paraguai, está na presidência temporária do Mercosul desde dezembro passado, quando recebeu o cargo de Lula. O Brasil ocupou a liderança do bloco entre julho e dezembro de 2023.
É esperada que seja feita nesta cúpula uma formalização do início das tratativas para um acordo entre o Mercosul e os Emirados. A primeira rodada de negociações entre as partes ocorreu no início deste mês no Paraguai, resultando em um termo de referência para um acordo, segundo o governo brasileiro confirmou.
Palestina
“Nos orgulhamos de ser o primeiro país do bloco a ratificar o Acordo de Livre Comércio com a Palestina, mas não posso deixar de lamentar que isso ocorra no contexto em que o povo palestino sofre com as consequências de uma guerra totalmente irracional”, disse Lula sobre a Palestina, outro país árabe que ele mencionou em seu discurso.
O Brasil depositou a sua carta de ratificação ao acordo de livre comércio do Mercosul com a Palestina, fazendo com que o tratado entre em vigor para os dois países em trinta dias, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE). O Estado da Palestina havia depositado a sua ratificação em 30 de abril. O acordo entre a Palestina e o Mercosul foi assinado em 20 de dezembro de 2011.
Para as demais nações integrantes do Mercosul, a vigência do instrumento iniciará trinta dias depois das notificações dos depósitos das respectivas ratificações, quando elas ocorrerem. O acordo trata da abertura de mercados para bens, com cláusula evolutiva sobre a possibilidade de entendimentos, no futuro, sobre acesso a mercados em serviços e investimentos.
Pautas globais e regionais
Em seu discurso, Lula falou ainda de outras várias questão de interesse do bloco e globais, como os últimos movimentos pela defesa da democracia na Bolívia, que passa a integrar o Mercosul nesta cúpula, a importância da cooperação entre países vizinhos por meio do bloco sul-americano, os desafios da questão energética e do aquecimento global, o acordo não concluído com a União Europeia e a expectativa de aprofundar diálogo com a China, o combate à fome, a presidência brasileira do G-20, tragédia climática no Rio Grande do Sul, o conflito na Ucrânia e em Gaza e as eleições na França.
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