São Paulo – A agência de classificação de risco Moody’s elevou a perspectiva da nota de crédito do Egito de estável para positiva, segundo informações de agências de notícias internacionais. Para tomar a medida, a agência levou em conta principalmente o progresso na implementação do programa local de reformas apoiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e seus reflexos no crescimento econômico e nas finanças públicas do Egito.
O rating de longo prazo foi mantido em B3, ainda bem abaixo do grau de investimento, mas agora com perspectiva positiva e não mais estável, o que indica que um rebaixamento é muito improvável, segundo comunicado divulgado pela Moody’s na terça-feira (28). As notas de crédito dão indicações sobre a segurança em investir no país e o risco de levar calote ao comprar seus títulos de dívida pública.
Em material divulgado, a Moody’s informou que o progresso feito nas reformas econômicas proporcionou um grau de estabilidade financeira que não era visto no Egito no começo da década, o que ajudou a compensar o risco de refinanciamento da dívida. A agência ressaltou que a economia diversificada e grande é um ponto forte do Egito, mas o alto endividamento, gerando carga forte de juros, é um dos pontos fracos.
O país fechou em 2016 um acordo com o FMI para a liberação de empréstimo de US$ 12 bilhões em três anos, tendo como contrapartida a implementação de programa de reformas para melhorar a economia. De lá para cá, o governo tomou uma série de medidas para equilibrar as finanças públicas e aumentar o interesse de investidores estrangeiros, como o corte aos subsídios aos combustíveis e serviços públicos e a flutuação do câmbio.
A Moody’s fez outras observações sobre a atual situação econômica do Egito, como os sinais dados pelo país de reforma no ambiente de negócios. “Oferecem a perspectiva de um caminho de crescimento sustentável e inclusivo, capaz de melhorar a competitividade e absorver a força de trabalho em rápida expansão no país”, informou.
Segundo a agência, o grau de estabilidade política conquistado parece ser sustentado. “Se mantido, o compromisso das autoridades com a reforma tem o potencial de conferir ao perfil de crédito um grau de resiliência aos choques econômicos e de financiamento, o que poderia sustentar uma classificação mais elevada”, afirmou a Moody’s.
A agência acredita que a continuação da reforma fiscal traz a perspectiva de retorno a superávits primários sustentados a partir do ano fiscal 2018/2019, que termina em junho do ano que vem, após quase 20 anos de déficits persistentes. “A natureza das reformas é tal que os gastos do governo devem se tornar mais eficientes e previsíveis em meio aos ciclos econômicos e de preços de commodities”, afirmou a Moody’s.
A agência internacional acredita que as reformas, combinadas com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), possibilitarão que a dívida do país, embora siga elevada, caia para 82% do PIB na virada da década, de cerca de 86% no ano fiscal de 2018/19 e de um pico de 103,5% no último ano fiscal.