São Paulo – A Mosaic Fertilizantes do Brasil pretende importar 100 mil toneladas de fosfato da Arábia Saudita neste ano. A empresa é uma sucursal brasileira da empresa estadunidense Mosaic, que tem acordo com duas empresas sauditas, a Saudi Arabian Mining Company (Ma’aden) e a Saudi Basic Industries Corporation (Sabic).
O acordo com a Ma’aden e a Sabic foi firmado em 2013, em um projeto integrado de produção de fosfato, conhecido como Ma’aden Wa’ad Al Shamal Phosphate Company (MWSPC), situado em Umm Wu’al, ao Norte da Arábia Saudita, próxima à tríplice fronteira com a Jordânia e o Iraque.
Lá, a MWSPC tem uma mina de fosfato, ácido fosfórico, ácido sulfúrico e usinas de energia. O projeto da MWSPC ainda tem sede em Ras Al Khair, no Golfo, onde ficam usinas de amônia, fosfato diamônico (DAP), fosfato monoamônico (MAP) e nitrogênio, fósforo e potássio (NPK).
O trabalho da Mosaic em solo saudita envolve desde a concepção do projeto até a operação, e estima-se que a planta do Norte do país deva produzir cerca de 3 milhões de toneladas de fosfato por ano. Em entrevista à ANBA por e-mail, a companhia informou que em 2021, não houve importação do insumo saudita para a Mosaic Fertilizantes no Brasil, mas que este ano pretende importar.
A subsidiária brasileira também compra pequenas quantidades de enxofre e MAP dos Emirados Árabes Unidos. “Os países árabes são importantes fornecedores de matéria-prima, como enxofre, MAP e ureia. Marrocos e Jordânia também são importantes fornecedores de fósforo”, informou a Mosaic.
Tipos de fertilizantes
Os fertilizantes são utilizados para levar nutrientes para as plantas. Cada elemento possui uma função diferente para beneficiá-las. Dentre os 14 elementos conhecidos e essenciais para a nutrição das lavouras, o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K) são os que têm maior demanda, de acordo com a Mosaic.
A produção de fertilizantes contendo nitrogênio é realizada pela combinação do gás hidrogênio, proveniente do petróleo e gás natural, e do gás nitrogênio, presente na atmosfera. Essa reação gera um outro gás, a amônia, que é a principal matéria-prima para a geração de fertilizantes nitrogenados, como a ureia.
Já fósforo e potássio são obtidos pela mineração de rochas. Após purificação e processos industriais, resultam nos fertilizantes contendo fósforo, como o superfosfato simples, superfosfato triplo, MAP e DAP, além de fertilizantes contendo potássio, como o Cloreto de Potássio (KCl).
Eventualmente, a empresa utiliza fósforo da Rússia, contudo, todo o potássio utilizado em sua produção tem como origem o Canadá. “Por esses motivos, sua matriz de abastecimento não é dependente dos fornecedores russos”, declarou.
A companhia esclareceu que “a aplicação de fertilizantes é um processo essencial para a manutenção de níveis de nutrientes no solo adequados ao desenvolvimento de quaisquer culturas, em quaisquer regiões – ainda que o volume de adubos deva considerar análises particulares de cada lavoura. O potássio, junto ao nitrogênio e ao fósforo, é um dos nutrientes mais importantes para a fertilidade do solo”.
Existem fontes de potássio alternativas ao cloreto de potássio, informou a Mosaic. “Entretanto, a disponibilidade é menor e, em alguns casos, o uso de algumas dessas é mais restrito por motivos relacionados com a eficiência agronômica ou mesmo questões logísticas”, disse.
Aplicações
Todas as plantas precisam de nutrientes para seu desenvolvimento, mas os tipos e quantidades aplicadas pela adubação podem variar de acordo com cada tipo de cultura, da disponibilidade de nutrientes dos solos onde estas serão plantadas e, também, da expectativa de produtividade, explicou a Mosaic.
“Com exceção de culturas como a soja, que obtém o nitrogênio necessário para seu desenvolvimento por associação com bactérias do solo, todas as demais culturas como milho, trigo, café, cana-de-açúcar, hortícolas e frutíferas necessitam do uso de fertilizantes nitrogenados, como a ureia ou sulfato de amônio”, contou.
Já para o fósforo e potássio, a empresa explicou que todas as culturas podem se utilizar de fertilizantes contendo esses nutrientes na adubação. “Para trazer alguns números, a produção de uma tonelada de soja extrai do solo cerca de 90 kg de nitrogênio, 22 kg de fósforo e 52 kg de potássio; já para a produção de uma tonelada de milho, há necessidade de 24 kg de nitrogênio, 10 kg de fósforo e 23 kg de potássio, demonstrando que cada cultura tem necessidades diferentes desses mesmos nutrientes”, disse.
Produtos
O portfólio de fertilizantes da Mosaic inclui três produtos de performance (MicroEssentials, Aspire e K-Mag), uma linha de performance lançada em dezembro de 2020 (Performa), produtos específicos para nutrição de pastagens (linha MPasto), dois especiais (Excellen e Athos), sete NPKs (Fosmais, MAP, DAP, TSP, KCI, Ureia, Fosfato Natural Reativo) e outros dentro da linha de especialidades, como o gesso agrícola, ácido fluossilícico e o calcário. A empresa também possui portfólio de produtos para nutrição animal, que contempla as linhas Foscálcio, Mpasto e o Enxofre 80s.
A empresa
A Mosaic Company foi fundada em 2004 em Tampa, na Flórida, e tem atividades em diversos países entre América do Norte, América do Sul e Ásia. Globalmente, a empresa entrega cerca de 27 milhões de toneladas de fertilizantes para mais de 40 países.
No Brasil, a companhia está presente desde 2014 e hoje atua em mais de dez estados, como Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Sergipe, além de equipe comercial para atender clientes em todas as regiões do País. A empresa também opera um terminal portuário no Porto de Paranaguá (PR).
Com mais de 6.600 funcionários, a Mosaic Fertilizantes do Brasil trabalha com mineração, produção, importação, comercialização e distribuição de fertilizantes para aplicação em diversas culturas agrícolas, ingredientes para nutrição animal e produtos industriais. Presentes em mais de onze estados brasileiros e no Paraguai, com 16 unidades próprias e seis contratadas. Entre elas, há unidades em municípios mineiros como Uberaba, Tapira, Araxá e Patrocinio, além de Catalão (GO), Cajati (SP), Rosário do Catete (SE) e a Fospar (PR).
“Nas localidades onde atua, a companhia promove ações que visam transformar a produtividade do campo, a realidade dos locais onde atuamos e a disponibilidade de alimentos no mundo”, informou a empresa.