São Paulo – Três países árabes estão representados na quarta edição da Mostra de Cinemas Africanos, que ocorre de 10 a 17 de julho no CineSesc, na capital paulista. Entre os 24 filmes de 14 países, quatro títulos são árabes. Da Tunísia, um curta (Irmandade) e um longa-metragem (Olhe Para Mim); do Marrocos, o longa Sofia (foto acima), e do Egito, o média-metragem Koka, O Açougueiro. No total, são 15 longas e 09 curtas, entre ficção e documentários, com títulos inéditos no Brasil.
A mostra busca promover a cinematografia africana contemporânea no Brasil com os destaques das produções destes países, reconhecendo a importância de suas indústrias cinematográficas em ascensão, que têm produzido cada vez mais filmes de excelente qualidade. “É importante também frisar o protagonismo de países árabes, dentro e fora da África, como financiadores dos cinemas africanos nas últimas décadas”, disse a curadora da mostra, Ana Camila Esteves, à ANBA.
Durante uma semana, uma cuidadosa seleção de filmes africanos e “afrodiaspóricos” reconhecidos em grandes festivais e respaldados pela crítica e público internacionais serão exibidos aos espectadores brasileiros. “Os países do Norte da África têm uma produção cinematográfica mais consolidada, com uma estrutura econômica melhor e menos dependente de países da Europa, como os países subsaarianos”, colocou Esteves.
A abertura do festival será no dia 10 de julho, às 20h30, com a exibição do filme Supa Modo, dirigido pelo queniano Likarion Wainaina (Alemanha, 74 min., 2018). A entrada para esta sessão é gratuita. Nos demais dias, haverá quatro exibições por dia, com valores ainda não divulgados pelo CineSesc.
Sofia
O filme Sofia, primeiro longa da diretora marroquina Meryem Benm’Barek, (Catar/França, 80 min., 2018), conta a história de uma jovem de vinte anos que mora com seus pais em Casablanca, no Marrocos. Em negação sobre a própria gravidez, ela acaba por quebrar as leis de seu país ao dar à luz um bebê fora do casamento. O hospital concede um prazo de 24 horas para que ela forneça a documentação do pai da criança antes de informar o crime às autoridades. Barek já dirigiu cinco curtas.
Na primeira exibição de Sofia, dia 13 de julho (sábado), às 21 horas, haverá um debate após a sessão com a pesquisadora Alessandra Meleiro, que irá falar sobre as indústrias de cinema do Norte da África e a influência dos países árabes no processo de financiamento de filmes no continente africano. A segunda sessão do longa será no dia 15 de julho (segunda), às 19 horas.
Olhe Para Mim
Uma produção da Tunísia, França e Catar é o longa Olhe Para Mim, do diretor tunisiano Néjib Belkadhi, (98 min., 2018). O imigrante tunisiano Lofti vive na França e é forçado a voltar à Tunísia para cuidar de Youssef, seu filho autista de nove anos de idade, que ele não via havia sete anos. Ignorado pelo filho, que não olha para o pai, Lotfi transforma sua situação em um desafio que o levará ao caminho certo para se tornar um pai de verdade.
O filme será exibido em 12 de julho (sexta), às 19 horas, e em 14 de julho (domingo), às 21 horas.
Koka, O Açougueiro
O documentário Koka, O Açougueiro, filme de estreia do húngaro Bence Máté, (Alemanha/Egito, 38min, 2018) acompanha a vida de Koka, um respeitado treinador de pombos que mora na conservadora Cidade do Lixo, no Cairo (Egito). Enquanto uma importante corrida de pombos se aproxima, o jovem de trinta anos enfrenta a pressão social para abandonar sua paixão pelos pombos e construir uma família. Uma corrida contra o tempo começa no peculiar mundo onde os pombos são a principal fonte de honra e orgulho. Pela primeira vez, as lendárias corridas de pombos do Cairo são registradas em filme.
A sessão única do curta será no dia 13 de julho (sábado), às 15 horas.
Irmandade
O curta Irmandade, da diretora e roteirista tunisiana-americana Meryam Joobeur (Canadá/Tunísia/Catar/Suécia, 25 min., 2018), conta a história de Mohamed, um rígido pastor que vive na zona rural da Tunísia com sua esposa e dois filhos. Mohamed fica profundamente abalado quando seu filho mais velho, Malik, retorna para casa após uma longa viagem com uma misteriosa nova esposa. A tensão entre pai e filho aumenta ao longo de três dias até atingir o limite.
Irmandade tem duas sessões. Dia 13 de julho (sábado), às 17 horas, e 16 de julho (terça), às 19 horas.
A mostra terá ainda um curso aberto ao público, o “Cinemas Africanos em Perspectiva”, dias 11 e 12 de julho, às 19 horas, com o objetivo de contextualizar esta cinematografia para o público interessado. A realização do evento é da Ana Camila Comunicação e Cultura e do Sesc. Acompanhe abaixo a programação completa.
Serviço
4ª Mostra de Cinemas Africanos
de 10 a 17 de julho de 2019
CineSesc São Paulo
Rua Augusta, 2075
Mais informações
Programação
10 de julho (quarta-feira)
20h30 – Supa Modo (entrada gratuita)
11 de julho (quinta-feira)
15h- Nora + Bakosó – Afrobeats de Cuba
17h- A Dança das Máscaras + debate com Jusciele Oliveira
19h- Ame Quem Você Ama
19h- Curso – Cinemas Africanos em Perspectiva (dia 01)
21h- Rafiki
12 de julho (sexta-feira)
14h30- Vaya
17h- Silas
19h- Olhe pra mim
19h- Curso – Cinemas Africanos em Perspectiva (dia 02)
21h- Kasala!
13 de julho (sábado)
15h- Sessão de curtas “Narrativas Urbanas”: Koka, O Açougueiro; O Rei do Mercado; Pela Ternura
17h- Irmandade + Lua Nova
19h- Nora + Bakosó – Afrobeats de Cuba
21h- Sofia + debate com Alessandra Meleiro
14 de julho (domingo)
14h30- As Espadas + O Africano que Queria Voar
16h30- Sessão de curtas “Afroturismo”: Pumzi, Afronautas, Gagarine, As Espadas + debate com Kênia Freitas
18h30- Cinco Dedos por Marselha
21h- Olhe pra mim
15 de julho (segunda-feira)
15h- Supa Modo
17h- Kasala!
19h- Sofia
21h- Touki Bouki + debate com Lúcia Monteiro
16 de julho (terça-feira)
15h- Silas
17h- A Dança das Máscaras
19h- Irmandade + Lua Nova
19h30 – Cinema da Vela
21h- Cinco Dedos por Marselha
17 de julho (quarta-feira)
14h30- Vaya
17h- Ame Quem Você Ama
19h- As Espadas + O Africano que Queria Voar
21h- Hienas