São Paulo – A Mostra Mundo Árabe de Cinema voltou a abrir as portas de sessões presenciais neste ano. A abertura do evento e a primeira exibição aconteceu nesta quarta-feira (31), no CineSesc, na capital paulista. Nas duas edições anteriores, a programação precisou ser apenas virtual, em decorrência da pandemia da covid-19.
A retomada foi encarada com emoção por idealizadores e apoiadores, que falaram durante e cerimônia de abertura. A mostra é correalizada pelo Instituto da Cultura Árabe (Icarabe) e o Serviço Social do Comércio (Sesc) São Paulo e conta com patrocínio da Casa Árabe, centro cultural da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, e do Instituto do Sono.
Soraya Smaili, fundadora do Icarabe e idealizadora da Mostra, lembrou que quando o evento foi criado não se imaginava a abrangência cultural e até internacional que tem hoje. “Nós começamos, eu e Simone Yunes, do CineSesc. Em 17 anos, passaram muitos filmes das nossas vidas. É um momento de muita emoção. Temos que agradecer por estarmos aqui e homenagear todas as pessoas que não puderam estar aqui conosco. Foi e ainda é uma pandemia, e temos que enfrentar, como enfrentamos corajosamente. Hoje estamos aqui para celebrar a vida e a cultura milenar árabe e a brasileira, que dialogam de maneira tão harmônica”, apontou Smaili.
“Há 17 anos estamos nessa trilha e no rumo certo”, acrescentou Gilson Packer, gerente do Sesc São Paulo.
Para Silvia Antibas, diretora cultural da Câmara Árabe, o evento já faz parte do calendário cultural de São Paulo. “Fico muito feliz de estar aqui presencialmente. Somos parceiros desde o início. Nesse tempo de pandemia, fizemos uma pesquisa e confirmamos que os descendentes de árabes são mais de 12 milhões no Brasil, isso corresponde a 6% da população brasileira. E para nós é muito importante mostrar como estamos adaptados [no Brasil] e como são os povos árabes na sua diversidade nessa exibição da Mostra”, afirmou Antibas, que também é historiadora.
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“Nesses últimos anos em que o nosso planeta teve transformações políticas, sociais e ambientais, o cinema foi impactado pela pandemia da covid-19 mostrou-se resiliente. Manteve-se presente em nossas vidas em novos formatos e agora felizmente reocupa as salas e volta a nos proporcionar a experiência coletiva de apreciação da arte, que tanto fez falta”, declarou Murched Omar Taha, presidente do Icarabe.
Curador da mostra, Arthur Jafet lembrou que a seleção deste ano seguiu buscando obras que reflitam questões intrínsecas à atualidade nos países árabes. “São filmes muito recentes, e a questão de termos filmes que tratam da covid. Todos com uma linguagem diversa uma da outra, mas com temática social urgente”, declarou ele em entrevista à ANBA.
O primeiro filme exibido foi ‘Caixa de Memórias’, uma obra de ficção dos diretores libaneses Joana Hadjithomas e Khalil Joreige. A obra é baseada nos diários da própria diretora que, assim como a protagonista, também migrou na juventude de Beirute para Montreal, no Canadá.
Já no primeiro dia de exibição Jafet se disse surpreso com a presença do “público fiel e cativo do CineSesc e de novas pessoas interessadas na temática dos filmes”. Ao todo, são 10 obras, sendo oito produções com sessões presenciais e três disponíveis para acesso online, na plataforma Sesc Digital. A mostra também contará com encontros online com convidados para interação com o público.
Serviço
17ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
De 31 de agosto a 07 de setembro
CineSesc
Rua Augusta, 2075, Cerqueira César – São Paulo
Sesc Digital
Ingressos para o CineSesc de 1º a 07 de setembro: R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia)