São Paulo – O coletivo Lente Cultural promove o curso “Napoleão no Egito e Pedra de Rosetta”, com início em 05 de agosto, em São Paulo. Serão três encontros, às segundas-feiras (05, 12 e 19), das 19h30 às 22 horas, no Espaço Lente Cultural, na Avenida Faria Lima, 1690, 4º andar, cj. 41. Quem ministra as aulas é o professor e historiador Plinio Freire Gomes.
As duas primeiras aulas tratarão de Napoleão no Egito, e a terceira, da Pedra de Rosetta. “Ao conquistar a terra dos faraós, Napoleão mobilizou fantasias de poder e glória que tiveram imensa repercussão histórica. De um lado, a aura messiânica do jovem general alteraria para sempre os rumos da França revolucionária. De outro, a aventura abriu caminho para uma prática colonialista cujos efeitos estão presentes ainda hoje na África e no Oriente Médio. As expedições arqueológicas ao Egito culminaram com a descoberta da famosa Pedra de Rosetta, por Champolion, que permitiu decifrar os hieróglifos egípcios”, contou Gomes, em nota.
Mas, segundo Gomes, as consequências do episódio vão muito além da parábola napoleônica. “O Egito antigo capturou como nunca o imaginário europeu, alimentando a voracidade de colecionadores e estudiosos. É quando os hieróglifos são decifrados e os museus se enchem de múmias, sarcófagos, papiros. É também quando os temas orientais invadem a pintura, reconfigurando (em chave negativa) a imagem do Oriente Islâmico”, disse por e-mail à ANBA.
O historiador falou também das consequências para o país árabe norte-africano. “Do ponto de vista egípcio, a invasão colocou o país frente a frente com formas desconhecidas de violência, operadas cientificamente; e esta experiência ajudou a despertar a consciência nacional, em suas várias declinações. Sem Napoleão não haveria Nasser, nem tampouco Hasan Al-Banna, fundador da Irmandade Muçulmana. Acima de tudo, estamos testemunhando o nascimento de um novo tipo de jogo estratégico: a geopolítica. O Egito ofereceu a Napoleão a oportunidade de projetar tensões eminentemente regionais, entre França e Grã-Bretanha, para fora da Europa. Eis o mecanismo que, mais tarde, orientará outras intervenções militares mundo afora, no Vietnã, no Afeganistão, no Iraque. Assim fundou Napoleão, ao pé das pirâmides, o imperialismo moderno”, concluiu o professor.
O investimento é de R$ 255 pelo curso completo, ou R$ 95 por aula avulsa. Mais informações no site do coletivo. As vagas são limitadas.
Plínio Freire Gomes é mestre em História pela Universidade de São Paulo. Viveu na Europa e no Oriente Médio, e já lecionou no Masp, Mam, Casa do Saber, Centro Universitário Maria Antonia e Instituto de Cultura Árabe. Coordena o grupo de estudos em arte na Biblioteca do Masp, atuando também como membro fundador do coletivo Lente Cultural, na Livraria Martins Fontes. Atualmente apresenta conferências e cursos sobre história da arte, com foco nos períodos helenístico, romano e renascentista, mas sua principal área de atuação é a cultura islâmica.
Serviço
Curso “Napoleão no Egito e a Pedra de Rosetta”
05, 12 e 19 de agosto
Segundas-feiras, das 19h30 às 22h
Espaço Lente Cultural
Avenida Brigadeiro Faria Lima 1690, 4ª andar, conj. 41
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