São Paulo – Criada há 30 anos e com sede na cidade de Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, e na Chapada Diamantina, na Bahia, a Peterfrut vende morangos no mercado nacional produzidos no Brasil e no Egito. Com maior teor de doçura e cores mais intensas, os morangos que a empresa traz das margens do Rio Nilo são utilizados para a produção de sorvetes, polpas, sucos e preparados no mercado nacional. A parceria com os egípcios começou há dois anos e ganhou novo fôlego neste ano, agora com a importação de batatas. E pode crescer mais, pois a Peterfrut avalia a possibilidade de abrir uma operação no Egito para atender outros países (na imagem acima, o diretor de congelados, Ricardo Peterle, à esquerda, e o proprietário Aguilar José Peterle, em lavoura no Egito).
O diretor de congelados, Ricardo Peterle, explica que a empresa tem na Chapada Diamantina um projeto “audacioso” de produção de morangos em ambiente controlado em uma iniciativa que contribui para o desenvolvimento econômico e social da região. Ele diz que as cerca de 20 mil toneladas anuais de morangos que a empresa produz no Brasil são dedicadas principalmente ao consumo in natura. Já os morangos que chegam do Egito são, em sua maioria, dedicados à outra segmentação de vendas de morango da empresa: os congelados. Aqui, são registrados com a marca Moranguitos. São mais de 10 mil toneladas importadas por ano.
“Uma pequena parte da produção nacional fica disponível ao congelamento e posterior comercialização, o que inclusive foi um dos fatores decisórios para a nossa ida ao Egito. Dessa forma, para o setor de congelados, a importação atualmente representa mais da metade do volume de morangos comercializados”, diz Peterle.
O executivo conta que os morangos importados do Egito, que é um dos maiores produtores mundiais da fruta, são cultivados na capital, Cairo, em Alexandria, no norte do país, e seus arredores, às margens do Nilo. São morangos com elevado teor de “doçura” e “coloração mais presente” em comparação ao produto nacional, nas palavras do executivo. Por este motivo, diz Peterle, são ideais para serem congelados. Os frutos que chegam ao Brasil são embarcados no Porto de Alexandria semanalmente e demoram entre 30 e 40 dias para serem desembarcados nos portos do Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Os negócios com os parceiros egípcios estão crescendo. Recentemente, a empresa passou a importar batatas congeladas com a marca Batatitas. E, no país árabe, a empresa pretende ampliar sua presença. “Atualmente estamos com atendimento ao mercado nacional, com olhares voltados ao mercado internacional, estudando as condições de operação para termos estrutura física no Egito para atendimento da demanda do mercado externo”, diz o executivo, enfatizando que esse investimento trará ganhos à operação.
O portfólio da Peterfrut contempla, ainda, mirtilo, amora e framboesa congelados. Além deles, a empresa comercializa mais de 40 produtos in natura, como couve-flor, brócolis e abacate produzidos por parceiros.