São Paulo – O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Osmar Chohfi, e o secretário-geral da entidade, Tamer Mansour, se reuniram por videoconferência com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Omã (OCCI), Redha Al Saleh (foto acima) nesta quarta-feira (30). Os representantes das câmaras parceiras falaram sobre as oportunidades de negócios para ampliar a pauta comercial entre os países, as oportunidades de investimentos em diversos setores, futuros intercâmbios de delegações empresariais e sobre a participação em eventos como a Expo 2020, em Dubai.
“A Câmara de Omã gostaria de trocar experiências e pontos de vista para o fortalecimento do intercâmbio comercial entre os dois países. Há muitas oportunidades a serem aproveitadas, nossa troca comercial tem números modestos e temos a possibilidade de aumentar esse comércio”, disse Al Saleh.
Segundo Al Saleh, o sultanato tem um projeto de desenvolvimento econômico que visa alguns setores da economia, principalmente da indústria da transformação. Ele frisou que o governo de Omã abriu as portas para o investimento estrangeiro e que não há mais a necessidade de ter um sócio local.
Nos últimos cinco anos, as exportações brasileiras a Omã cresceram em média 11% ao ano. Em 2020, o Brasil embarcou mais de US$ 700 milhões a Omã em produtos como minério de ferro, carne de frango, tubos de ferro, milho, artigos de defesa e carne bovina. O Brasil importa poucos produtos de Omã, entre eles, fertilizantes, alumínio, petróleo e sardinhas. “Aí está um de nossos desafios, incrementar a pauta introduzindo novos produtos”, disse o embaixador Osmar Chohfi.
O presidente da Câmara Árabe mencionou que as exportações vêm crescendo e que grandes empresas brasileiras, como a de proteína animal BRF e a Vale têm fortes relações com o país árabe. “A Vale está presente em Omã desde 2007, com uma planta de utilização de minério de ferro, um investimento de mais de US$ 2 bilhões. Queremos a ampliação desse intercâmbio, tanto no contexto de fluxos comerciais quando de investimentos”, disse Chohfi. Ele mencionou ainda a importância dos eventos e missões empresariais para aproximar ainda mais os países no pós-pandemia.
Para Al Saleh, as relações comerciais entre Brasil e Omã são modestas e podem ser ampliadas pelos empresários de ambos os países. Ele disse se orgulhar da presença de empresas brasileiras como a Vale no país e afirmou que espera uma visita de empresários brasileiros em 2022.
O presidente da OCCI enfatizou outras facilidades para os investidores estrangeiros, como visto de permanência de cinco a dez anos, dependendo do tamanho do investimento no país. “Estamos facilitando a permanência do investidor no sultanato e o governo ainda oferece diversos incentivos nas nossas zonas industriais”, disse Al Saleh, completando que Omã possui localização estratégica e que pode servir de centro logístico para a África e a Europa.
“Assinamos o acordo com a Câmara Árabe em 2013 e esse acordo continua valendo, mas gostaríamos de estreitar as relações com encontros e reuniões. Agora, com o escritório em Dubai, podemos nos encontrar a cada três meses e fortalecer ainda mais as nossas relações”, disse Al Saleh.
A gerente de Relações Institucionais da Câmara Árabe, Fernanda Baltazar, que também participou do encontro, disse para a ANBA que essa reunião marca a retomada do relacionamento, após assinatura do acordo, e a formação de um grupo de trabalho para a construção de uma agenda para 2021 e 2022, além de um plano de ação entre os países.
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O secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour, disse na reunião que seria possível trabalhar para que empresas brasileiras se estabeleçam nas zonas francas e deu como exemplo os setores farmacêutico, de cosméticos e alimentos. Ele também mencionou a recente assinatura de acordo de cooperação entre a Zona Franca de Sohar, em Omã, e o Complexo do Pecém, no Ceará. Mansour contou ainda da criação do CCAB Lab, hub de inovação de Câmara Árabe, e afirmou que as startups brasileiras de serviços podem ter espaço em Omã. Outra inovação da entidade apresentada pelo secretário foi a plataforma eletrônica Ellos Blockchain, que terá como uma das funções modernizar e agilizar o processo de exportação e importação entre o Brasil e os países árabes.
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O CEO da Câmara de Omã, Alfadhal Al Hinai, falou sobre a divulgação de Omã no Brasil como um destino turístico para os brasileiros, com suas praias paradisíacas e clima favorável, e destacou que há muitas oportunidades de investimentos e negócios no setor turístico, tanto na estrutura hoteleira como em estrutura e serviços no turismo de aventura. “O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes e Omã pode ser um destino interessante para o brasileiro”, disse.
O conselheiro regional da Câmara Árabe para os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), Iraque e Iêmen da instituição, Shaheen Ali Shaheen, falou sobre a criação de um grupo de trabalho entre os países para formar um comitê empresarial.
Da Câmara Árabe, participaram da reunião a diretora de Negócios, Daniella Leite, a diretora de Marketing e Conteúdo, Silvana Gomes, e o chefe do escritório internacional em Dubai, Rafael Solimeo. Da Câmara de Omã, participaram a diretora de Relações Internacionais, Haritha Al Busaidi, e do mesmo departamento, Shaika Al Alawi.