São Paulo – A Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou nesta quinta-feira (22) relatório sobre medidas de comércio exterior adotadas pelos países do G20 de 16 de maio a 15 de outubro deste ano. A entidade alerta que barreiras às importações implementadas neste período atingem um volume recorde de comércio, avaliado em US$ 481 bilhões. O valor é seis vezes maior ao registrado na pesquisa anterior feita pela organização, de outubro de 2017 a maio de 2018. O levantamento começou a ser realizado em 2012.
O G20 reúne as 20 maiores economias do mundo. A divulgação do relatório antecede reunião de cúpula do bloco, que vai ocorrer na próxima semana em Buenos Aires, na Argentina.
No período analisado, foram aplicadas 40 medidas restritivas ao comércio pelos países do bloco, como aumento de tarifas, proibições de importação e taxas de exportação. Em média, foram oito medidas por mês, duas a mais que a média registrada no período anterior analisado. Vale lembrar que está em andamento uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do bloco e do mundo.
“As conclusões do relatório devem ser de grande preocupação para os governos do G20 e de toda a comunidade internacional”, disse o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo (foto acima), segundo nota da instituição. “Uma escalada maior é uma ameaça real. Se continuarmos neste ritmo, os riscos econômicos vão amentar, com potencial efeito no crescimento, no emprego e nos preços ao redor do mundo”, acrescentou.
A OMC destaca que o total de comércio beneficiado por medidas facilitadoras das importações cresceu de maneira significativa também, para US$ 216 bilhões. O valor, porém, é menos da metade do volume atingido por medidas restritivas. No período, as nações do G20 adotaram 33 novas medidas facilitadoras, como redução ou eliminação de tarifas e taxas de exportação. Neste caso, os números seguem tendência verificada desde 2012.