São Paulo – O Banco Mundial revisou para baixo a previsão de crescimento do Oriente Médio e Norte da África (Mena) e recomendou que os países adotem reformas econômicas mais profundas para aumentar o nível de emprego, o crescimento e a liberalização dos mercados. As informações foram divulgadas pela instituição financeira e publicadas nesta quinta-feira (10) em sites de notícias da região.
O Banco Mundial ajustou a previsão de crescimento para Oriente Médio e Norte da África e acredita que a região vá crescer 0,6% em 2019. A estimativa anterior, de abril, era de crescimento de 1,4%. Segundo o banco, a piora é resultado de cortes na produção de petróleo local, tensão geopolítica e guerra comercial entre EUA e China.
“As perspectivas econômicas da região da Mena estão sujeitas a riscos negativos substanciais, principalmente a intensificação de ventos econômicos globais contrários e crescentes tensões geopolíticas”, disse o economista chefe do Banco Mundial, Rabah Arezki, em relatório divulgado pela instituição financeira.
Em 2020 e 2021 as perspectivas econômicas para a região são melhores. O Oriente Médio e Norte da África devem crescer 2,6% no ano que vem e 2,9% no ano seguinte, segundo a previsão do Banco Mundial. Arezki lembrou que o crescimento é importante para criação de empregos para uma população em rápido avanço e jovem, e que devem ser feitas reformas também para a promoção de um crescimento inclusivo.
Apesar da revisão das previsões para a região em 2019, o Banco Mundial destacou fatores positivos em seu relatório, como as iniciativas para diversificação das economias feitas em países como Arábia Saudita e os reflexos dos projetos da Expo 2020 no Produto Interno Bruto (PIB) dos Emirados Árabes Unidos. Egito foi elogiado pela conclusão de um programa de reformas levado adiante com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A condição de todos não é igual, no entanto. Para importadores de petróleo como o Líbano, o Banco Mundial prevê recessão de 0,2% neste ano em função do grande déficit em conta corrente e do tamanho da dívida pública. A deterioração das contas externas do Líbano se acelerando, segundo a instituição financeira.