São Paulo – As exportações de calçados brasileiros somaram US$ 967 milhões em 2019. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (09) pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), foram 114,55 milhões de pares embarcados. Os números representam queda de 0,9% em receita e aumento de 0,9% em volume no comparativo com 2018.
Em dezembro de 2019, foram vendidos ao exterior 10,34 milhões de pares a US$ 80,73 milhões, quedas de 21% em volume e de 17,2% em receita em relação a dezembro de 2018.
Estados Unidos, Argentina e França seguem sendo os principais mercados. Entre os vinte maiores compradores do ano, os Emirados Árabes Unidos aparecem na 14ª posição. O único país árabe listado comprou 1,67 milhão de pares a US$ 12,04 milhões, crescimentos de 60,1% em volume e de 17,7% em receita no comparativo com 2018. Em entrevista a à ANBA no mês passado, o presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, disse que as exportações ao mundo árabe vêm crescendo ano a ano.
Em nota divulgada nesta quinta, Ferreira afirmou que o resultado geral apontou para uma forte influência do câmbio no período. Com o dólar cerca de 10% mais caro do que no ano anterior, os calçadistas conseguiram formar preços mais competitivos no mercado internacional. “Se convertermos para real, a exportação de 2019 foi 7% superior à de 2018”, afirmou.
O resultado do ano teve também influência do mercado norte-americano, que importou mais calçados brasileiros para fugir das sobretaxas aplicadas ao calçado chinês, em função da guerra comercial instalada entre Estados Unidos e China. Em 2019, o principal destino do calçado brasileiro no exterior importou 11,9 milhões de pares por US$ 197,5 milhões, altas de 10,5% e de 18,4%, respectivamente, ante 2018.
Já o segundo destino do calçado brasileiro no exterior puxou a média geral para baixo. Com a crise econômica, em 2019 a Argentina importou 10 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 105,2 milhões, quedas de 15% e 24,7%, respectivamente, no comparativo com 2018.
O terceiro destino do ano foi a França, para onde foram embarcados 7,9 milhões de pares, que geraram US$ 60,42 milhões, altas de 7,8% e de 6,2%, respectivamente, em relação ao ano anterior.