São Paulo – Os países árabes oferecem oportunidades a startups no setor agrícola, de games e inovação. Segundo o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour, há duas frentes relacionadas aos investimentos árabes em startups, a necessidade e a oportunidade, e eles podem investir em startups brasileiras por uma dessas duas frentes.
Segundo ele, há demanda por tecnologia agrícola, para melhorar o desempenho de safras e estimar o momento certo da colheita por meio de tecnologias que prevejam o clima da região. “Startups que trabalhem na melhoria da produção agrícola são muito bem-vindas em países como Líbano, Sudão, Argélia e Jordânia”, disse o secretário durante webinar “Inovação e Tecnologia no Mundo Árabe e a transformação da Câmara de Comércio no novo Cenário Global” na manhã desta segunda-feira (14).
Ele disse que no Golfo Árabe, principalmente dos Emirados e Arábia Saudita, há oportunidades para startups brasileiras no setor de games e de tecnologias inovadoras. “Um dos países que mais consome games no mundo é a Arábia Saudita”, lembrou Mansour. Segundo ele, o reino vem investindo em empresas estrangeiras e tentando atrair startups do setor para trabalhar localmente, para investir, agregar e reexportar tecnologia.
Mansour também apontou o Egito e a Arábia Saudita como potenciais hubs de reexportação para indústrias brasileiras. “O Egito é o único país árabe com acordo de livre comércio com o Mercosul, é um parceiro das exportações brasileiras, e as empresas brasileiras já estão pensando em utilizar os acordos que o Egito tem com outros países para a reexportação. O Egito tem acordos de livre comércio com outros países árabes, com a União Europeia, a Turquia e com 18 países africanos, e está trabalhando para fechar um acordo com toda a África”, disse o secretário.
Ele lembrou que a negociação para um voo direto entre Cairo e São Paulo está sendo finalizada e que o primeiro voo direto entre o Brasil e o Egito deve ser anunciado em breve.
Sobre a Arábia Saudita, Mansour informou que existe uma reestruturação grande em andamento para abraçar outros setores da economia e diversificar as fontes de renda do país além do petróleo, mas que ainda há uma necessidade muito grande de importar produtos de outros países.
Por isso, os sauditas vêm atraindo empresas para produzir no país e também como centro de distribuição para reexportação para a região. “Um exemplo é o setor farmacêutico, a Arábia vem investindo muito nesse setor e também no hospitalar e vem oferecendo incentivos para indústrias farmacêuticas se estabelecerem lá. O setor de defesa também vem se fortalecendo no país, os minérios, e ainda o setor de construção civil, com mármore e granito, que há grande demanda”, informou.
Mansour falou ainda sobre cidades inteligentes nos países árabes, sobre o novo serviço Ellos Blockchain da Câmara Árabe e sobre as adaptações ao digital com a pandemia de covid-19. O evento foi realizado em parceria com a São Paulo Tech Week e contou com a presença da diretora de Negócios Internacionais da SP Negócios, Silvana Gomes.
Veja o evento completo: