São Paulo – Os 26 países mais pobres do mundo enfrentam as piores condições de endividamento desde 2006, de acordo com um relatório divulgado pelo Banco Mundial no domingo (13). Nestes países estão cerca de 40% das pessoas do mundo que vivem com menos de US$ 2,15 por dia.
O levantamento aponta que essas nações estão cada vez mais vulneráveis a desastres naturais e a outros choques. Também mostra que a ajuda internacional a elas diminui para o nível mais baixo das últimas duas décadas, forçando os países a obterem financiamento a condições punitivas.
Segundo o Banco Mundial, essas economias estão hoje, em média, mais pobres do que estavam às vésperas da pandemia de covid-19, embora o restante do mundo tenha se recuperado em grande parte. Quase metade desses países convive com situação de sobreenvididamento.
A queda na capacidade dessas regiões de atrair financiamento de baixo custo fez com que a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA, na sigla em inglês) do Banco Mundial se tornasse para elas a maior fonte de financiamento externo de baixo custo. A associação concede doações e empréstimos com taxas de juro próximas de zero a 77 das economias mais vulneráveis do mundo.
“Numa altura em que grande parte do mundo simplesmente se afastou dos países mais pobres, a IDA tem sido a sua principal tábua de salvação”, afirmou o economista-chefe e vice-presidente sênior para a Economia do Desenvolvimento do Banco Mundial, Indermit Gill, no material divulgado. Dois terços desses países estão em conflitos ou têm dificuldade de manter a ordem por fragilidade institucional.
Potenciais
Apesar do aumento das despesas que houve nos países após a pandemia de covid-19, fazendo com que os déficits primários subissem muito, o Banco Mundial afirma que essas nações desfrutam de potencial significativo para o crescimento interno e para contribuir com a prosperidade e a paz, já que têm recursos naturais amplos e uma população em idade ativa em crescimento.
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