São Paulo – A cidade de São João Batista, no estado de Santa Catarina, tem ao redor de 25 mil habitantes. Ela foi povoada por italianos no século 19 e tem produção agrícola forte. Sua economia, no entanto, é 80% atrelada à indústria de calçados. Calçados estes que, se depender da vontade do setor, devem chegar também ao mercado árabe. No município são promovidas rodadas de negócios com feira duas vezes ao ano e a próxima, prevista para novembro, poderá ter entre os convidados internacionais compradores árabes.
Segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista (Sincasjb), Rosenildo de Amorim, os importadores normalmente são trazidos para as rodadas por meio de parcerias com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) e para a próxima edição é uma vontade do Sincasjb ter entre eles os árabes. Na última feira e rodada, em maio, estiveram importadores da Costa Rica, Porto Rico, Bolívia, Equador e Panamá.
De acordo com Amorim, no ano passado o pólo calçadista de São João Batista enviou de 7% a 8% da sua produção ao mercado externo. Neste ano ele acredita que o percentual pode passar para 10%. O aumento dos negócios fora do país, segundo o diretor executivo, deve ocorrer em função da promoção das rodadas de negócios e também da capacitação pela qual as empresas estão passando. Em 2009, elas tiveram treinamento em internacionalização em uma parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Também haverá programas de capacitação em comercialização, em parceria com a Abicalçados, e em internacionalização novamente, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Eles devem começar neste ano, segundo Amorim. Atualmente, o pólo exporta para América do Sul e Central. Também já ocorreram vendas para países da Europa, como Itália e Portugal, além de Japão, conta o diretor executivo do Sincasjb.
O município tem indústrias de calçados bastante antigas, mas o pólo, de acordo com Amorim, se formou mesmo há cerca de 25 anos. Atualmente existem em São João Batista 150 indústrias de calçados, artefatos e componentes para o setor, a grande maioria de pequeno porte. Elas produzem entre 1,8 milhão e dois milhões de pares de calçados ao mês. Segundo Amorim, a maioria das indústrias trabalha com sintético como matéria-prima. Os produtos seguem as tendências da moda. Toda a produção é de calçados femininos, mas 5% são infantis e os demais 95% para mulheres adultas.
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