São Paulo – A pesquisa de três engenheiros brasileiros recém-formados foi selecionada para apresentação no Congresso Mundial de Rodovias, que ocorre em outubro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O estudo traz nova visão sobre os benefícios do uso de pavimentação rígida em rodovias e foi feito como trabalho de conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF). Os autores buscam apoio para viabilizar a viagem e a exposição da pesquisa no congresso.
O congresso é promovido a cada quatro anos pela Associação Mundial de Rodovias (Piarc), em diferentes países, para discussão de pesquisas e soluções técnicas inovadoras para rodovias. O congresso científico recebe inscrições de interessados em apresentar suas pesquisas na área e foi com uma candidatura que os engenheiros Jefferson Santos Soares, Rodrigo Alves de Oliveira e Caio Graco Manz Carvalho conseguiram vaga para mostrar seu estudo na área. (Na foto acima, Oliveira, o professor orientador, Carvalho e Soares, da esq. p/ dir.)
Por meio da pesquisa, os três questionaram a metodologia internacional de dimensionamento de pavimentos rígidos para rodovias. A metodologia define a melhor espessura para o pavimento, mas Soares, Oliveira e Carvalho mostraram que o aumento da grossura pode ter custo/benefício melhor para usuários e governos, já que diminui a necessidade de restauração e manutenção. Mas como uma espessura maior demanda custo mais alto de construção, eles mostraram até que limite o aumento é vantajoso.
Em entrevista à ANBA, Carvalho relatou que para chegar à resposta, a equipe utilizou três diferentes metodologias. O engenheiro recém-formado tem expectativa de que o trabalho colabore na transformação das rodovias, mesmo que seja uma gota d’água no oceano. Segundo Carvalho, no Brasil atualmente as rodovias são feitas de asfalto e não de pavimento rígido. “Mais barato”, afirma. O pavimento rígido é de placa de concreto.
O engenheiro conta que a candidatura para o congresso partiu da provocação do professor e orientador Diego de Almeida Pereira, que apoiou todo o trabalho da pesquisa, juntamente com o coordenador da Engenharia Civil da UDF, Henrique Jorge Nery de Lima. Carvalho afirma que devido ao elevado nível técnico do congresso, o grande mérito foi ter obtido seleção para uma pesquisa da graduação.
Caio Graco Manz Carvalho também acredita que a apresentação do tema em Abu Dhabi possa abrir portas profissionais para os integrantes da equipe, na pesquisa ou no mercado de trabalho. Mas a participação ainda é incerta. Os novos engenheiros dependem de patrocínio para conseguir pagar as passagens, hospedagem e inscrição no congresso. O encontro ocorre de 06 a 10 de outubro deste ano.
O espaço que eles terão no congresso, caso consigam ir, será de exposição. O grupo terá direito a colocar um banner em uma espécie de estande, onde poderão falar aos interessados sobre a pesquisa. Caso não participarem, a pesquisa não será publicada pelo congresso. Os pesquisadores fizeram uma vaquinha online, mas os recursos obtidos até o momento não são suficientes para a viagem. Os três acabaram de se formar e ainda não trabalham como engenheiros. O Centro Universitário do Distrito Federal integra o grupo Cruzeiro do Sul Educacional.