São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou alta de 2,9% em 2023 sobre 2022, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, os três setores da economia registraram alta, de 15,1% na agropecuária, 1,6% na indústria e de 2,4% nos serviços, sempre na comparação com o ano anterior. Já no quarto trimestre do ano, a economia ficou estagnada em relação ao terceiro trimestre e cresceu 2,1% sobre o quarto trimestre de 2022.
Segundo os dados do IBGE, a expansão do PIB na agropecuária é atribuída aos ganhos de produtividade no setor, com destaque para o aumento da produção de soja em 27,1% sobre 2022 e do milho, de 19% na mesma comparação, em recordes históricos. Na indústria, o destaque foi o setor extrativista, que cresceu 8,7% à expansão da exploração de petróleo e gás e minério de ferro. Em serviços, todas as atividades cresceram, com destaque para a expansão de 6,6% em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (na imagem acima, colheita de soja).
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirmou, em áudio divulgado pelo próprio instituto, que o desempenho da agropecuária e da indústria extrativista foram fundamentais para o resultado de 2023. “O crescimento foi muito explicado por duas atividades econômicas que tiveram crescimentos bastantes expressivos no ano, inclusive algumas delas registrando até o recorde de toda a série que a gente tem desde 1995. Foi a agropecuária que cresceu 15,1% no ano passado, puxada muito pelos crescimentos da produção de soja e milho, duas das mais importantes lavouras do Brasil. Depois veio a indústria extrativa mineral, com extração de petróleo e minério de ferro que cresceu bastante também, e as duas em conjunto são responsáveis mais ou menos por metade desse crescimento do PIB do ano passado”, disse.
Ainda segundo os dados do IBGE, o PIB per capita em 2023 subiu 2,2% sobre o de 2022 para R$ 50.193,72. Caiu, no ano passado, a formação bruta de capital fixo, que indica os investimentos feitos em máquinas, construção e pesquisas. A redução foi de 3% em relação a 2022. O consumo das famílias cresceu 3,1%, impulsionado pelos salários, desaceleração da inflação e programas de transferência de renda, e as despesas do governo tiveram alta de 1,7%. No setor externo, as exportações de bens e serviços subiram 9,1% em 2023 sobre 2022 e as importações tiveram retração de 1,2%.