São Paulo – A recuperação dos preços do petróleo ajudou a melhorar a entrada de receitas e a confiança na economia em Omã, nação árabe do Golfo, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), feito com base em uma visita ao país por equipe do organismo entre o final de março e início deste mês. Omã tem seu Produto Interno Bruto (PIB) fortemente atrelado ao setor de petróleo e gás.
O país leva adiante uma reforma econômica para fortalecer a situação fiscal, aumentar o crescimento no setor privado e a geração de empregos, além de diversificar a economia. O FMI afirma que a atividade econômica de Omã se recupera gradualmente. Após crescimento real baixo de 0,5% em 2017, o PIB do setor não-petrolífero avançou 1,5% no ano passado, segundo estimativas. “Refletindo maior confiança impulsionada pela recuperação dos preços do petróleo e maiores gastos do governo”, disse Stéphane Roudet, líder da missão a Mascate.
Levando em conta o PIB como um todo, houve crescimento real de 2,2% no ano passado em função de aumentos na produção local de petróleo e gás. O FMI acredita que o setor não-petrolífero crescerá gradualmente em Omã, com os esforços do governo para diversificar a economia, e possa atingir avanço de 4% no médio prazo. O preço do petróleo Brent estava em cerca de US$ 50 na metade de 2017 e chegou a cerca de US$ 80 em setembro do ano passado, mas recuou no final do ano e neste mês têm se mantido na casa dos US$ 70.
Também houve melhora na situação fiscal de Omã. A estimativa é que o déficit tenha ficado em cerca de 9% do PIB no ano passado, após 13,9% em 2017, reflexo das maiores receitas vindas do petróleo e gás. “No entanto, a execução do orçamento é um desafio, com alguns gastos excessivos e receitas abaixo do previsto”, disse Roudet. A expectativa é que o déficit fiscal caia para cerca de 8% neste ano, com o impacto dos preços menores do petróleo absorvido pelo declínio dos gastos e a implementação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Novos esforços para reduzir gastos e a introdução do IVA podem fazer o déficit cair em mais dois pontos percentuais nos próximos dois anos, mas o FMI vê também possibilidade de aumento do déficit fiscal, caso se materialize um declínio gradual dos preços do petróleo. “Dado o esperado aumento dos pagamentos de juros, o déficit fiscal poderia aumentar novamente, elevando a dívida externa e a dívida do governo e aumentando a vulnerabilidade do país a choques”, disse Roudet em material divulgado.
O FMI acredita que o país precisa de consolidação fiscal mais profunda para garantir a sustentabilidade das contas. O organismo está incentivando as autoridades locais e implementarem ambicioso plano de ajuste fiscal, com reformas para enfrentar a rigidez dos gastos como folha salarial e subsídios, simplificar o investimento público e aumentar as receitas geradas pelo setor não-petrolífero. “A aceleração das reformas estruturais é fundamental para promover o investimento privado e a criação de empregos, melhorar a produtividade e a competitividade e promover a diversificação”, disse Roudet.