São Paulo – A Argélia tem pela frente desafios econômicos significativos em função dos preços baixos com os quais o petróleo conviveu por quatro anos, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado na sexta-feira (1). Apesar dos esforços de diversificação, a produção de hidrocarbonetos é um dos pilares da economia argelina e responde por grande parte do orçamento e das receitas com exportações do país.
“Houve consolidação fiscal considerável em 2017, mas os déficits fiscal e em conta corrente continuam grandes”, afirma o relatório. O FMI afirma que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Argélia se desacelerou por causa da diminuição na produção de hidrocarbonetos, embora o avanço de outros setores tenha se mantido estável.
O desemprego aumentou, saiu de 10,5% em setembro de 2016 para 11,7% em setembro do ano passado, e é bastante alto entre jovens (28,3%) e mulheres (20,7%). A inflação, porém, recuou de 6,4% em 2016 para 5,6% no ano passado, por causa de preços menores de bens manufaturados e serviços. As reservas do país são amplas ainda, mas caíram.
A atividade econômica mais lenta na Argélia é relacionada pelo FMI aos preços internacionais mais baixos do petróleo desde o ano de 2014. O organismo parabeniza os esforços das autoridades locais para fazer os ajustes necessários e incentiva a consolidação orçamentária sustentada e reformas estruturais abrangentes para que seja viabilizado um modelo de crescimento mais sustentado e apoiado no desenvolvimento do setor privado.
O conselho executivo observou que as políticas das autoridades argelinas incluem o aumento de gastos em 2018, seguido pela retomada da consolidação fiscal no médio prazo. Alguns diretores do FMI consideraram que isso pode dar fôlego para a economia no curto prazo, mas acarretar riscos para as perspectivas econômicas.
O FMI afirma que apoia os esforços da Argélia de aumentar as receitas de setores fora dos hidrocarbonetos, melhorar a eficiência e a gestão dos gastos públicos, expandir a reforma de subsídios e proteger os mais vulneráveis. O organismo também elogiou outras iniciativas do país como a abertura ao investimento estrangeiro direto.


