São Paulo – A produção industrial brasileira no mês de agosto apresentou sinais de recuperação. Embora a previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para o resultado seja de queda de 7,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior, alguns setores da economia já registraram melhora em comparação a julho deste ano.
O maior destaque ficou por conta da produção de autoveículos, que em agosto somou 294,4 mil unidades produzidas, contra 282 mil unidades em julho, o que representou um aumento de 5,4%, na série com ajuste sazonal, segundo estudo elaborado pela Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Ipea.
As exportações do setor também registraram uma recuperação, com vendas externas no total de 45.358 unidades em agosto. De acordo com o estudo, essa melhora reflete, em parte, a pequena recuperação de algumas montadoras norte-americanas. Outro setor que registrou melhora foi o de papel e papelão, que contabilizou crescimento na comparação dessazonalizada e avançou 1,6% em relação a julho.
O fluxo de veículos pesados em rodovias também apresentou crescimento frente a julho, com aumento de 0,4%, na série com ajuste sazonal, caindo 3,9% na comparação com agosto do ano passado.
Na comparação da produção industrial em julho em relação a junho, também foi registrado melhora, com aumento de 2,2%, na série livre de influências sazonais. Segundo o estudo, esse resultado representou uma forte aceleração, uma vez que a produção cresceu, em média, 1,5% nos primeiros seis meses do ano. Com relação a dezembro de 2008, a indústria já acumula um avanço de 12%, igualando o patamar de fevereiro de 2007. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda de 9,9% foi a menor desde o mês de março.
De acordo o Ipea, o resultado positivo na margem se refletiu em todos os setores, com destaque para a produção de bens de consumo duráveis, com crescimento de 4,6% sobre junho. O estudo destaca ainda a categoria de intermediários, que registrou variação positiva pelo sétimo mês seguido. O avanço de 2% representou uma aceleração sobre o crescimento médio do primeiro semestre, que foi de 1,3%.