São Paulo – Em 2023, o Projeto Halal do Brasil apresentou os produtos halal (que seguem as regras do Islã) para consumidores e empresários do mundo todo em ações nos países árabes, na Indonésia, Malásia e Alemanha, além do próprio Brasil. A meta de 2024 é ampliar a promoção da imagem destes produtos. O projeto é uma parceria da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Começou a ser executado em janeiro de 2023 e se estende até abril de 2025, quando poderá ser renovado (na imgem acima, ação de promoção dos produtos halal brasileiros).
De acordo com a gerente de Projetos Internacionais da Câmara Árabe, Fernanda Dantas, no seu primeiro ano o projeto já começou a apresentar a empresas estrangeiras e às principais entidades setoriais de alimentos e bebidas de países muçulmanos a capacidade e expertise do Brasil em produzir com qualidade produtos que são consumidos pelos muçulmanos. Esse trabalho já trouxe seus primeiros resultados. Em janeiro de 2023, havia 22 empresas associadas ao projeto. Em dezembro, eram 73, quando uma das metas para o período era ter 60 empresas associadas. Para 2024, a meta é atingir 80 companhias associadas.
O projeto promove os produtos halal feitos no Brasil para consumidores, instituições setoriais e distribuidores em países muçulmanos, sejam eles árabes ou não. Como parte das suas ações em 2023, o projeto participou das feiras Mihas, na Malásia, Anuga, na Alemanha e organizou um seminário em Jacarta, na Indonésia.
Por meio do projeto foram realizados roadshows no Brasil, para apresentar os preceitos halal e seu potencial aos empresários brasileiros: um mercado formado por 1,9 bilhão de consumidores em todo o mundo e concentrados no Oriente Médio, Ásia, África e Europa e que em 2021 movimentou US$ 2 trilhões em produtos e serviços, de acordo com o relatório Situação da Economia Islâmica Global.
As ações serão intensificadas neste ano. Estão confirmados roadshows no Rio Grande do Sul e no Paraná, dois estados com cultura exportadora que não foram contemplados no ano passado, além de mais encontros com empresários no Norte, Nordeste e Sudeste. A partir de abril, 100 empresas brasileiras receberão treinamento online para atuar no mercado halal, com foco no desenvolvimento de estratégias de marca, marketing e posicionamento de mercado.
O projeto estará presente na Gulfood, a principal feira de alimentos e bebidas do Oriente Médio, entre 19 e 23 de fevereiro, em Dubai, nos Emirados Árabes. Ali, deverá ser realizado um “cooking show”, a exemplo do que já foi feio em outras feiras em 2023: por meio desta ação, chefs brasileiros preparam no estande da ApexBrasil pratos da culinária brasileira com produtos brasileiros halal aos visitantes. Celebridades brasileiras também são convidadas pelo projeto para promover os produtos. Além da Gulfood, o projeto terá ações na Saudi Food, em maio, na Mihas, na Malásia, em setembro, e na Food Africa, no Egito, em dezembro.
“A grande importância do projeto é posicionar o Brasil como um fornecedor confiável de produtos halal, além da produção de proteína halal, onde já somos muito conhecidos, sendo que somos um País que não é de maioria muçulmana que produz produtos halal de qualidade. É um selo de confiança. Trabalhamos para estabelecer a marca como referência de produto de qualidade e para ajudar empresas brasileiras a se inserir nestes mercados”, afirma Dantas.
Uma das ações que foi realizada em 2023 e que irá se repetir em 2024 é o projeto comprador: em outubro do ano passado, sete empresas estrangeiras importadoras de produtos halal vieram ao Brasil a convite do projeto para se reunir com exportadores brasileiros. Para agosto deste ano, está prevista a chegada de 15 importadores para rodadas de negócios com 45 exportadores. Outra ação que já rendeu resultados foi o projeto imagem, que trouxe para visitas técnicas no Brasil jornalistas de sete veículos internacionais. Além de reportarem em seus países os encontros que tiveram aqui, afirma Dantas, esses e outros formadores de opinião passaram a ter o Brasil e as empresas brasileiras como uma referência de produtos halal. “Por ter sido o primeiro ano de um projeto que é inovador, foi um ano muito satisfatório, pois conseguimos ter empresas se engajando e certificando [como produtoras halal]”, diz Dantas.