Cairo – A empresa egípcia Queen Land tem como objetivo exportar fertilizantes dos tipos fosfato monoamônico e superfosfato triplo para o mercado brasileiro, uma vez que o Brasil é um dos maiores países agrícolas do mundo e importa grandes quantidades de diversos tipos de fertilizantes.
O presidente do Conselho de Administração da Queen Land, Bishoy Anwar (foto acima), disse que a empresa começou as atividades produzindo fertilizantes agrícolas e, em 2017, estabeleceu uma nova linha para a produção de fosfato monoamônico e de superfosfato triplo com investimento total de cerca de 150 milhões de libras egípcias (US$ 4,8 milhões pela conversão atual). A companhia produz fertilizantes, produtos químicos e pesticidas agrícolas.
Ele explicou, em entrevista concedida à ANBA, que a Queen Land conseguiu concluir uma série de contratos e protocolos de cooperação com órgãos e instituições importantes no Egito em relação a fertilizantes fosfatados. Disse também que há cooperação com a Companhia Agrícola Egípcia para o Desenvolvimento Rural, afiliada ao Banco Agrícola do Egito, para fornecimento de fosfato, e que o produto também é distribuído para todas as cooperativas e para associações agrícolas e de reforma agrária no Alto Egito.
O executivo explicou que a Queen Land pretende investir entre 200 e 250 milhões de libras egípcias (US$ 6,4 milhões a US$ 8 milhões) para aumentar a capacidade de produção das atuais cinco mil toneladas mensais para 15 mil toneladas. Segundo Anwar, os novos investimentos irão para a obtenção de área de 23 mil metros quadrados adjacente à fábrica da empresa, localizada na zona industrial no bairro de Al-Kawthar, na província de Sohag.
Anwar informa que a nova fábrica será dedicada à produção de nitrato de cálcio e que a empresa também trabalha em projetos de granulação de monofosfato e NPK granulado. A fábrica atual está construída numa área de apenas 2.100 metros quadrados, com uma capacidade de produção que limita a expansão da empresa nos mercados globais. Mas a Queen Land apresentou pedido à Autoridade de Desenvolvimento Industrial para anexar a nova área.
A respeito da atratividade do setor de fertilizantes do Egito para investidores, sejam eles locais ou estrangeiros, ele ressaltou que aumentar a área agrícola no país árabe sempre requer um aumento na produção de fertilizantes e, assim, maiores oportunidades de investimento nesse setor.
Anwar destacou que há um grande interesse do governo em expandir os projetos agrícolas no Egito, citando projetos nessa direção como Toshka Al-Khair, de recuperação e cultivo de terras, o Novo Delta, além da produção em estufas, entre outros esforços locais para aumentar as receitas provenientes das exportações agrícolas. A qualidade dos fertilizantes egípcios atrai muitos investidores estrangeiros para esse setor, especialmente com os produtos surgindo como alternativa aos adubos russos e ucranianos.
Queen Land exportadora
A Queen Land visa expandir as exportações para o mercado africano, que é uma extensão natural do Egito, segundo Anwar. Com o desenvolvimento da agricultura em muitos países do continente, o mercado africano se torna promissor e cheio de oportunidades de exportação para fertilizantes, de acordo com o presidente da empresa.
Ele acrescentou que a Queen Land celebrou uma série de contratos com importadores do Sudão e da Líbia, mas as condições políticas e de segurança nesses países impediram a implementação dos negócios. Além disso, há uma delegação da Tanzânia que visitará a fábrica da empresa nos próximos meses.
Quanto ao mercado latino-americano e sua crescente necessidade de fertilizantes, especialmente após a guerra russo-ucraniana, ele explicou que as crises sempre trazem oportunidades de investimento. Foi isso que aconteceu na última guerra, que trouxe às empresas egípcias muitas oportunidades especificamente no setor de fertilizantes, uma vez que os investidores, buscando alternativas à Rússia e à Ucrânia, encontraram o que estavam procurando nos fertilizantes de alta qualidade do Egito.
Ele destacou que o Brasil é um dos países em que sua empresa pretende prioritariamente estar presente no próximo período, especialmente porque o país importa grandes quantidades de superfosfato e monofosfato, que são o núcleo do trabalho da empresa. Ele disse que contará com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira para buscar parceiros ou distribuidores no mercado brasileiro.
Traduzido do árabe por Georgette Merkhan