São Paulo – O Brasil tem um novo embaixador no Kuwait, o diplomata Rodrigo Gabsch (foto acima), que chegou ao país árabe no último final de semana disposto a ampliar as relações de comércio e de investimentos entre as duas nações. Em entrevista à reportagem da ANBA, em visita à sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira no final do ano passado, Gabsch falou sobre seus planos na missão.
Apesar de ocupar pela primeira vez a chefia de uma embaixada, Gabsch assume o trabalho com larga experiência na liderança diplomática, tendo já exercido os cargos de diretor do Departamento de América do Norte e do Departamento de África no Ministério das Relações Exteriores, entre outras funções em Brasília, na Hungria, no Paraguai e nos Estados Unidos.
“Estou muito animado de cooperar como chefe do posto, propor linhas de ação, propor iniciativas políticas na relação bilateral. Isso é extraordinário”, afirmou Gabsch. O diplomata não chegou a trabalhar diretamente com o Kuwait, mas com outros países árabes, do Norte da África, no Departamento de África. “Mas não Golfo, então isso para mim é uma novidade, estou muito entusiasmado de mergulhar nessa nova região do mundo”, afirma.
Nos investimentos, a ideia do diplomata é apresentar o agronegócio brasileiro aos investidores kuwaitianos, inclusive a logística da área. O diplomata vê potencial aí já que o Kuwait tem necessidade de segurança alimentar e capacidade de aportar recursos, e o Brasil é uma potência no agronegócio. Mas ele focará em investimentos recíprocos. “O Brasil tem interesse em atrair investimentos e há também o interesse kuwaitiano em atração de investimentos”, afirma.
No comércio, o embaixador acredita que é possível ampliar as exportações brasileiras ao Kuwait, não apenas do agronegócio. Segundo Gabsch, o país árabe tem um plano de desenvolvimento que envolve a construção de novas cidades, inclusive inteligentes, e corredores logísticos. O diplomata percebe nisso uma oportunidade de mais comércio de bens e de serviços. “Serviços de construção civil e bens e serviços ancilares à construção civil, isso é algo que vale a pena, a meu juízo, explorar”, afirma.
O diplomata chegou ao Kuwait ainda com a expectativa de trabalhar pela construção de laços institucionais mais fortes entre os países, ampliando os tratados bilaterais para cooperação jurídica e técnica, por exemplo. Também quer dar atenção e aprimorar os serviços consulares voltados a brasileiros que vivem no Kuwait, atualmente cerca de 300 pessoas, e avaliar, já estando no país, a disposição local para cooperação cultural e esportiva.
Na visita à Câmara Árabe, Gabsch foi recebido pelo presidente da entidade, Osmar Chohfi, o secretário-geral Tamer Mansour e a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar. Ele conversou com o grupo sobre setores e questões a serem trabalhadas em sua missão que possam fortalecer as relações entre o Kuwait e o Brasil. Também conheceu mais de perto o trabalho da Câmara Árabe.
Nascido na cidade do Rio de janeiro, Gabsch é formado em Direito e ingressou no Instituto Rio Branco, a academia pela qual os diplomatas entram no Itamaraty, há 30 anos. Entre outros trabalhos da carreira, além de diretor de África e América do Norte, o diplomata foi ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil em Assunção, atuou na chefia do Setor Consular em Nova York e trabalhou no Senado Federal, em Brasília.