Rio de Janeiro – A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas fechou 2019 com um volume recorde de 241,5 milhões de toneladas, segundo a última estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (08), o número é 6,6% superior ao de 2018 e 1,3% maior que o recorde anterior, de 2017.
De acordo com o IBGE, a soja, que é o principal grão, no entanto, fechou com 113,5 milhões de toneladas, uma queda de 3,7% em relação a 2018. O arroz também teve redução, de 12,6%.
As quedas foram compensadas, principalmente, pelas produções recordes de 100,6 milhões de toneladas de milho, com 23,6% a mais que em 2018, e de 6,9 milhões de toneladas de algodão, uma alta de 39,8%.
O IBGE divulgou ainda seu terceiro prognóstico para a safra de 2020, que deverá ser ainda maior do que a de 2019, de 243,2 milhões de toneladas, ou seja, 0,7% acima da safra do ano passado.
Entre as seis principais safras de grãos, apenas a segunda safra do milho deverá apresentar queda em relação em 2019, de 10,4%. As demais deverão apresentar alta: soja (7,8%), arroz (0,9%), primeira safra do milho (1,8%), algodão (2,7%) e primeira safra de feijão (3,3%).
Conab
Em Brasília, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu quarto levantamento sobre a safra de grãos 2019/2020, que indica uma produção de 248 milhões de toneladas, com aumento de 2,5% em comparação com o ciclo. Os números apontam para um novo recorde da série histórica. A diferença entre os dados do IBGE e da Conab é que o primeiro considera o ano civil em suas pesquisas, e a última, o ano-safra.
O secretário substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wilson Vaz de Araújo, disse que os indicadores se devem especialmente ao bom desempenho dos financiamentos para o setor. “Nunca se teve uma liberação e contratação tão forte de crédito oficial como o registrado nos primeiros seis meses do plano safra (julho a dezembro)”, declarou ele.
Segundo a Conab, a soja, que vem mantendo a tendência de crescimento nesta temporada, deve registrar aumento da produção em 6,3% na comparação com 2018/2019, chegando a 122,2 milhões de toneladas.
Quanto ao milho primeira safra, a estimativa da Conab é de uma produção de 26,6 milhões de toneladas, com ganho de 3,8% sobre 2018/19. “A favor desse desempenho, há fatores como o aumento nas exportações brasileiras do cereal e no mercado interno, derivados da demanda por confinamento [de gado] e produção de etanol, mesmo a despeito da concorrência com a soja”, informou a Conab.