São Paulo – Uma tendência observada antes da pandemia que foi retomada após os anos de isolamento social foi o intercâmbio de trabalhadores entre os países. O Brasil não foge a esta regra. O setor de óleo e gás ainda é o que mais atrai imigrantes para trabalhar presencialmente no País, segundo a consultoria de serviços de imigração Fragomen, Del Rey, Bernsen & Loewy, mas outros segmentos têm de se destacado, de acordo com o diretor de Imigrações da Fragomen, Diogo Kloper. “Durante a pandemia, foi muito questionado se ele [o intercâmbio de profissionais] continuaria acontecendo, mas o pós-pandemia veio para confirmar que isso veio para ficar. E acontece principalmente em razão da competição por talentos”, diz.
“Há pouco tempo foi divulgado, bateu recorde o número de brasileiros fora do Brasil, e para um País que já tem a falta de mão de obra especializada em diversos segmentos, isso é ruim. A gente começa a perder essa competição por talentos que é a nossa oportunidade de [o País] se desenvolver”, analisa Kloper. Dados divulgados em agosto de 2023 pelo Ministério das Relações Exteriores mostram que em 2022, 4,59 milhões de brasileiros viviam fora do País, um aumento de 4% sobre 2021.
Por outro lado, o Brasil recebe também estrangeiros para trabalhar no País, seja para atuar no setor petrolífero, no abate halal (que segue as regras do Islã) ou em outros segmentos, como o de energia renovável. Segundo dados da Coordenação Geral de Imigração Laboral do Ministério da Justiça (CGIL), publicados no Diário Oficial da União e reunidos pela Fragomen, das seis empresas que mais trouxeram estrangeiros para trabalhar no Brasil no primeiro trimestre, três são do setor de óleo e gás e três de profissionais para trabalhar no abate halal.
Profissionais do setor de energia
Energia renovável também começa a atrair mais estrangeiros ao Brasil, diz Kloper. O País já é um líder global em energia renovável em razão de ter grande parte da sua matriz energética a partir de hidrelétricas, mas tem o potencial de desenvolver mais este setor. “O Brasil é um dos grandes produtores de energia renovável do mundo. Então existe um movimento sim de vinda para o Brasil”, diz Kloper.
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Ele afirma também que a remessa de trabalhadores de um determinado país tem relação com os investimentos que esse país faz no Brasil. Maior parceiro comercial do Brasil e investidor de diversos projetos nos estados e municípios, a China enviou mais de mil trabalhadores neste ano. Está atrás apenas do Haiti, cujos cidadãos desfrutam de uma condição especial para viver no Brasil e à frente de Bangladesh, fonte dos profissionais de abate halal que receberam visto para trabalhar no País desde janeiro. Mais informações neste link