Giuliana Napolitano
São Paulo – Os países árabes fazem parte dos planos de expansão internacional da Samarco, mineradora brasileira controlada pela Companhia Vale do Rio Doce e pela multinacional BHP Billiton. Para isso, a empresa, que exporta para a região há 20 anos, acaba de fechar um contrato de US$ 125 milhões com a siderúrgica líbia Libyan Iron & Steel Co.
O contrato prevê o fornecimento de minério de ferro por cinco anos para a siderúrgica estatal e foi assinado durante a visita do presidente Lula ao país, na semana passada. A Samarco foi uma das empresas que acompanhou a comitiva oficial ao Egito e à Líbia.
A mineradora já tem uma presença forte no mercado árabe: responde, por exemplo, por metade das exportações brasileiras para a Líbia (o que corresponde a cerca de US$ 15 milhões) e por 20% das vendas feitas ao Egito (algo em torno de US$ 80 milhões). E a intenção, agora, é ampliar os negócios, aproveitando o crescimento da indústria siderúrgica nesses países. "No cenário internacional, estamos dando preferência a mercados crescentes, como o da China, do Oriente Médio e da África", afirmou à ANBA o diretor-gerente da Samarco em Amsterdã, Ailton Andreo.
Segundo o executivo, a Arábia Saudita, o Catar, Egito e os Emirados Árabes pretendem expandir o setor de aço e anunciaram projetos de três a cinco anos para o segmento. "Isso certamente abre possibilidade de negócios futuros", declarou.
Gás natural
A Samarco começou a vender para o mercado árabe na década de 80. O primeiro país a comprar as pelotas de minério de ferro, principal produto exportado pela empresa, foi a Arábia Saudita, em 1983. Segundo Andreo, os negócios começaram quando a região passou a explorar suas abundantes reservas de gás natural, que é a principal fonte de energia para a produção de bens intermediários do ferro.
A estratégia deu certo e a companhia iniciou um processo de expansão para outros países. Só nos últimos três anos, as exportações para esse mercado aumentaram 50%. Para Ailton, as principais vantagens da região são "a proximidade cultural com o Brasil e a menor volatilidade em relação aos mercados europeus e asiáticos".
Hoje, a Samarco exporta cerca de US$ 120 milhões por ano para o Oriente Médio e Norte da África. Os negócios são feitos diretamente com os clientes árabes, sem intermediários, explica Andreo. Isso é possível porque a empresa mantém um escritório em Amsterdã, que é responsável pelas vendas na Europa – Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Inglaterra e Turquia -, na África – Egito e Líbia – e no Oriente Médio – Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados e Irã.
China, o grande mercado
A companhia também possui outro escritório internacional, que fica em Hong Kong, e cuida das operações no mercado asiático (China, Japão, Coréia do Sul, Taiwan, Indonésia, Malásia e Índia). Da sede, em Belo Horizonte, é centralizada a operação nas Américas. A Samarco tem ainda uma base no Espírito Santo, onde fica o porto de Ponta Ubu.
Essa estrutura internacional se justifica: 100% da produção da Samarco é exportada. A companhia é a segunda maior empresa exportadora de pelotas de minério de ferro – detém 17,8% de participação no total global. O principal mercado da firma hoje é o chinês, que compra quase 40% do que é vendido ao exterior. Em seguida, aparecem outros países da Ásia, Oriente Médio e Norte da África, União Européia e Américas.
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