Riad – A Arábia Saudita continuará reduzindo sua produção de petróleo em um milhão de barris por dia (mbd) por mais três meses, de outubro a dezembro de 2023, mantendo sua estratégia para apoiar os preços, anunciou seu Ministério da Energia nesta terça-feira (05).
“A produção do reino para os meses de outubro, novembro e dezembro será de cerca de nove milhões de bd”, afirmou o ministério em um comunicado. A estratégia será “revista mensalmente com vista a reduzir ainda mais a produção, ou aumentá-la”, afirmou. Segundo a Arábia Saudita, essa política tem como objetivo “apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados petroleiros”.
O anúncio desta terça-feira foi feito no mesmo dia que o da Rússia, que também afirmou que manterá a redução das suas exportações de petróleo em 300 mil barris de petróleo até ao final do ano.
A saudita se segue a uma decisão tomada em abril por vários membros da Opep+ de reduzir sua produção em mais de um milhão de barris diários, o que aumentou brevemente os preços, mas sem permitir uma recuperação sustentável.
Por volta das 10h45 (horário de Brasília) desta terça, o petróleo Brent do Mar do Norte para entrega em novembro subia 1,46%, a US$ 90,30 por barril (R$ 444 na cotação atual), ultrapassando os US$ 90 pela primeira vez desde novembro.
Produção saudita
A produção diária do maior exportador de petróleo bruto do mundo é de cerca de nove milhões de barris por dia, bem abaixo de sua capacidade diária, oficialmente de 12 milhões de barris.
Em agosto, a gigante petroleira saudita Aramco anunciou lucros de US$ 30,08 bilhões no segundo trimestre (R$ 147,9 bilhões na cotação atual), um declínio de 38% em comparação com o mesmo período de 2022, quando os preços dispararam após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Esta queda nos lucros “reflete principalmente o impacto da queda dos preços do petróleo bruto e do enfraquecimento das margens do refino e dos produtos químicos”, disse a empresa, principal motor da economia saudita.
A Arábia Saudita possui 90% das ações da Aramco e depende, em grande medida, do petróleo para financiar o ambicioso programa Visão 2030 do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que inclui reformas econômicas e sociais para limitar a dependência do país de seu ouro negro.
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