Giuliana Napolitano
São Paulo – O ano do agronegócio para o Brasil foi 2003, e o desempenho recorde do setor em todas as áreas influenciou o resultado da balança comercial. Exemplo disso foi o crescimento de 33% das exportações da região Centro-Oeste no ano passado – a maior alta do país. O volume foi recorde, de US$ 3,8 bilhões. No Sul, onde os negócios também foram puxados pela agricultura e pela pecuária, houve aumento de 24%, para US$ 18,9 bilhões, o terceiro maior do Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
O combustível para as altas veio de um mesmo setor: o complexo soja. No Sul, os embarques de soja em grãos subiram 60% em 2003, em relação ao ano anterior, para US$ 1,9 bilhão. As vendas do óleo cresceram 49% e chegaram a US$ 755 milhões. No Centro-Oeste, houve expansões de 30% e 72%, para US$ 1,6 bilhão e US$ US$ 180 milhões, respectivamente.
Só no Tocantins, por exemplo, os embarques da soja em grãos aumentaram 177%. Em Goiás, a alta foi de 170%. O desempenho do complexo soja fez esses dois estados liderarem o ranking de maiores altas nas exportações no ano passado: de 181,2% e 69,8%, respectivamente.
EUA, China e vaca louca
O complexo soja foi beneficiado por um conjunto de fatores, lembra o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Um deles foi a quebra de safra nos Estados Unidos. "Com isso, os EUA cederam ao Brasil o posto de maior exportador de soja do mundo", afirmou o especialista.
Além disso, a China ampliou as importações de soja e, em razão da doença da vaca louca, muitos países substituíram as rações animais para os rebanhos por rações vegetais, que são feitas de farelo de soja. Assim, as exportações totais do segmento no país aumentaram 35% em 2003 e atingiram US$ 8,1 bilhões.

