São Paulo- Antes de chegar à superfície e mover automóveis e máquinas, o petróleo que se encontra no fundo da terra ou do mar necessita de uma série de dutos para ser extraído. Para isso, eles devem estar em perfeito estado de funcionamento, sem riscos de vazamento ou qualquer outra avaria. É neste segmento que entra o trabalho da empresa de consultoria Prima7s, que há três anos colocou no mercado um software que analisa em detalhes a integridade destes dutos.
O software surgiu a partir da tese de doutorado em Engenharia Metalúrgica de José de Jesús Leal Carvajalino, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Com outros três sócios, José Luiz de França Freire, Marco Antonio Pérez Rosas e Leonardo Dantas Rodrigues, eles montaram a Prima7s e começaram a oferecer serviços de gerenciamento de integridade de plantas industriais, análise de confiabilidade de dutos e ferramentas, além de reparos em dutos e tubulações.
"Os dutos precisam ser inspecionados periodicamente. Para isso, usam-se as PIGs, que são ferramentas que percorrem o duto procurando defeitos. Com o software, analisamos todas as informações para dizer se ele pode continuar funcionando, por quanto tempo, e também sugerimos ações para diminuir os riscos", conta Leonardo Rodrigues.
Segundo Rodrigues, que é mestre em Engenharia Mecânica, o maior diferencial do software da Prima7s em relação aos demais existentes no mercado é a quantidade de informações fornecidas no relatório. "O que vemos nas outras ferramentas é que os relatórios de avaliação desconsideram as possíveis variações. Nossa ferramenta considera todas as variáveis estatísticas, para dar toda uma possibilidade de falha. Não fazemos análises determinísticas", destaca. "Estamos também sempre antenados com as novas tecnologias de cálculo e participando de congressos", conta.
A empresa não comercializa o software, que é utilizado apenas em seus trabalhos próprios de consultoria. No Brasil, ela trabalha com companhias como a Petrobras, Transpetro e Vale. No exterior, já prestou serviços na Bolívia e está em negociação para atuar no Chile.
A Prima7s não faz o trabalho de inspeção nos dutos, mas a análise dos dados recolhidos por outras empresas. Assim, diz Rodrigues, é possível realizar a análise remota de dados vindos de regiões distantes, como o Oriente Médio, por exemplo. "Se uma empresa do Oriente Médio fizer a inspeção e mandar os dados para nós, faremos a análise", afirma. Apesar de nunca ter prestado serviço para empresas da região, ele se diz interessado em atrair clientes árabes. "O Oriente Médio é sempre interessante para quem trabalha na área de petróleo. Vemos a região como uma boa alternativa".
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