São Paulo – Como os demais países exportadores de petróleo, a Síria está passando por um momento de crescimento econômico aliado ao aumento dos investimentos em outras atividades. Entre elas estão o turismo, construção, indústria de transformação e infra-estrutura. Para abastecer esses setores, o país cada vez mais tem que importar insumos e bens de capital.
Para dar uma idéia, segundo estimativa da Economist Intelligence Unit (EIU), serviço de informações econômicas da revista britânica The Economist, as importações da Síria, que no ano passado somaram US$ 10,5 bilhões, devem chegar a US$ 12,3 bilhões em 2008 e US$ 13,2 bilhões em 2009.
"Isso se deve em parte a um parque industrial que atualmente encontra-se em desenvolvimento e também a reduções de alguns impostos de importação", diz relatório sobre o país produzido pelo Departamento de Desenvolvimento de Mercados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
No ramo hoteleiro, a Síria tem recebido investimentos para ampliar sua capacidade de receber turistas, inclusive de grandes empresas da região do Golfo Arábico. O governo local, segundo o estudo, pretende duplicar o número de leitos em hotéis no período de cinco anos e, para tanto, tem dado incentivos tributários para empreendimentos do setor.
Mais do que construção de hotéis e outros projetos turísticos, o país precisa ampliar o número de moradias e imóveis comerciais, além de desenvolver a área de transportes, seja rodoviário, ferroviário, marítimo ou aéreo, e o setor bancário.
De acordo com o relatório da Câmara, a indústria tem absorvido a maior parte dos investimentos realizados na Síria. O setor representa 22% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega 29% dos trabalhadores.
A agricultura é uma atividade também importante, respondendo por 31% do PIB e 23% dos postos de trabalho. O país produz especialmente vegetais, trigo, cevada, algodão, frutas cítricas, azeitonas e tabaco.
Todos esses segmentos precisam de máquinas, equipamentos e insumos. O Brasil, no entanto, não tem aproveitado todo o seu potencial como fornecedor. Embora as exportações estejam em crescimento – renderam US$ 154,6 milhões de janeiro a julho, um acréscimo de 55,5% -, a maior parte da pauta está concentrada em produtos como açúcar, café e óleo de soja.
Feira e missão
Nesse sentido, paralelamente à próxima edição da Feira Internacional de Damasco, que ocorre do dia 15 ao dia 22, a Câmara Árabe vai levar ao país representantes de setores que podem ampliar suas vendas, como diretores da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Acompanhados do secretário-geral da Câmara, Michel Alaby, do diretor Sami Roumieh e do gerente de Desenvolvimento de Mercados, Rodrigo Solano, eles vão apresentar o potencial desses segmentos a empresários, entidades setoriais e representantes do governo sírio. Na feira, o estande da Câmara será comandado pela coordenadora de Comércio Exterior, Francisca de Barros.
“Estamos implantando essa idéia de levar entidades setoriais para encontros paralelos às feiras, o que já deu bons resultados em alguns países, como a Líbia”, disse o presidente da Câmara Árabe, Antonio Sarkis Jr. Estes encontros servem para mostrar que o Brasil é uma alternativa aos fornecedores tradicionais.
Na outra mão, o Brasil pode ampliar suas importações de produtos sírios, pois as compras somaram apenas US$ 3,5 milhões nos primeiros sete meses do ano, sendo que as especiarias responderam pela maior parte da pauta.
“O cominho da Síria é mais procurado do que outros para fazer condimentos em pó, uma vez que o grão é mais mole e a moagem demora menos”, disse Fábio Ditolvo, diretor da Urano, empresa de representação comercial que representa companhias sírias de especiarias no Brasil.
Ditolvo trabalha com empresas do país há quase duas décadas e diz que os empresários de lá prezam as relações de confiança e que fazem escola como negociadores. “Eles são duros na queda”, afirmou. “Eu posso dizer que é um povo maravilhoso, hospitaleiro”, acrescentou Daniel Schnorr, dono da empresa de comércio exterior Link Worldwide, que também já fez negócios com companhias sírias.
Mais informações sobre a Feira de Damasco
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