São Paulo – As exportações brasileiras aos países árabes somaram mais de US$ 1,2 bilhão em agosto. Houve uma variação positiva de 0,76% em relação ao total registrado no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Entre os principais itens comercializados, aumentaram os embarques de açúcar, em 12%, carne bovina fresca (27%), lácteos (182%), soja (909%), café (1,24%) e veículos (390%). Caíram, porém, as vendas de frango, em 15%, carne bovina congelada (54%), gado vivo (31%), milho (20,5%) e minério de ferro (19,5%).
“No caso dos lácteos é automático, pois o Brasil voltou a ter competitividade”, disse o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby. Sobre a soja, cujos embarques para a Arábia Saudita aumentaram de forma significativa, ele comentou que o país importa o produto para alimentação do rebanho e produção local de óleo.
No que diz respeito aos maiores destinos na região, as exportações para os Emirados Árabes Unidos cresceram 43% sobre agosto de 2013 e somaram US$ 294,21 milhões, as para a Arábia Saudita ficaram em US$ 293,96 milhões, um avanço de 42% na mesma comparação, e as para Omã totalizaram US$ 83,35 milhões, um acréscimo de 6,7%.
Recuaram, no entanto, os embarques ao Egito, que renderam US$ 159,28 milhões no mês passado, 46% a menos do que em agosto de 2013, e para a Argélia, que somaram US$ 85 milhões, uma queda de 12,63% na mesma comparação.
As vendas cresceram também para o Iêmen, Marrocos, Catar, Bahrein, Síria, Somália, Djibuti, Sudão e Ilhas Comores; e caíram para a Tunísia, Líbano, Jordânia, Kuwait, Líbia, Iraque, Mauritânia e Palestina.
Em agosto, as exportações cresceram pelo terceiro mês consecutivo, após cinco meses de queda.
No acumulado do ano, os embarques brasileiros ao mundo árabe renderam 8,51 bilhões, um recuo de 3,47% em comparação com o mesmo período do ano passado. Avançaram as vendas de carne bovina congelada, em 2,2%, carne bovina fresca (20,5%), soja (73,7%), lácteos (181%) e gado vivo (11,5%); mas caíram as exportações de frango, em 20%, açúcar (10%), minério de ferro (9%), milho (11%) e café (10,6%).
“Ainda há um resquício dos índices negativos que nós tivemos nos meses anteriores”, destacou Alaby. Ele acredita que em setembro é possível que os negócios aumentem, pois no início de outubro haverá o Hajj, a grande peregrinação anual dos muçulmanos a Meca, e a Arábia Saudita tem que acumular estoques para abastecer o enorme número de visitantes.
O executivo acha difícil prever, porém, como o comércio vai se comportar nos últimos meses do ano, pois do lado brasileiro haverá eleição presidencial no próximo mês, o que torna o cenário político e econômico incerto, e do lado árabe há instabilidade em países importantes da região.
Entre os destinos, os envios aos Emirados totalizaram US$ 1,767 bilhão de janeiro a agosto, um avanço de 13% sobre o mesmo período de 2013; para a Arábia Saudita somaram US$ 1,684 bilhão, uma redução de 10% na mesma comparação; ao Egito renderam US$ 1,345 bilhão, um acréscimo de 1%; à Argélia ficaram em US$ 807 milhões, um aumento de 14%; e para Omã foram de US$ 568,5 milhões, uma queda de 22,6%.
Importações
Na outra mão, as importações brasileiras de produtos dos países árabes somaram pouco menos de US$ 1,1 bilhão, um crescimento de 141,5% em relação a agosto de 2013. As compras de nafta aumentaram 394% e as de petróleo bruto, 460%, ao passo que as de fertilizantes caíram 30%.
A Argélia foi a maior fornecedora do Brasil no mês entre as nações árabes, com negócios no valor de US$ 332,5 milhões, um avanço de 152% sobre agosto do ano passado; seguida da Arábia Saudita, com US$ 296 milhões, um aumento de 549%; do Marrocos, com US$ 158 milhões, um acréscimo de 10%; do Iraque, com pouco mais de US$ 100 milhões, contra zero no mesmo mês de 2013; e Omã, com US$ 88 milhões, ante apenas US$ 650 mil em agosto do ano passado.
No acumulado do ano, as importações ficaram acima de US$ 7,5 bilhões, uma queda de 2,56% em comparação com os primeiros oito meses de 2013. Os maiores fornecedores no período foram Arábia Saudita, Argélia, Marrocos, Iraque e Kuwait, e os principais itens comercializados foram petróleo e derivados, e fertilizantes.