São Paulo – A balança comercial brasileira fechou setembro com mais um superávit, dessa vez de US$ 5,178 bilhões, o maior para o mês desde o início da série histórica. Foi o oitavo recorde mensal consecutivo para o índice este ano, segundo informou Abrão Neto, secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
O superávit é resultado de US$ 18,666 bilhões em exportações e US$ 13,488 bilhões em importações no mês passado. No acumulado do ano, o saldo comercial está positivo em US$ 53,283 bilhões, também o maior da história para o período, com US$ 164,608 bilhões em vendas externas e US$ 111,325 bilhões em desembarques.
Em oito meses, o superávit da balança supera o resultado de todo o ano passado, que ficou em US$ 47,5 bilhões positivo. Abrão Neto afirmou que as projeções do MDIC para o resultado deste ano, superavitário em US$ 60 bilhões, estão sendo revistas: “Estamos atualizando nossa estimativa e devemos divulgar uma nova projeção em breve”, declarou à Agência Brasil.
O principal motivo para o bom desempenho da balança neste ano é o crescimento dos preços das commodities (produtos básicos, matérias-primas e combustíveis com cotação internacional). Também aumentaram as quantidades exportadas de alguns produtos.
No mês passado, as exportações totais brasileiras cresceram 24% sobre setembro de 2016 e 10% em comparação com agosto de 2017, pela média por dia útil. Segundo o MDIC, subiram, em relação ao mesmo mês do ano passado, 36,7% as vendas externas de produtos básicos, 11,1% as de semimanufaturados e 18% as de manufaturados.
Entre os básicos, destaque para soja em grão, milho em grão, algodão bruto, minério de cobre, carne bovina, fumo em folhas, minério de ferro, petróleo bruto, farelo de soja e carne de frango. Nos semimanufaturados, cresceram bastante as vendas de catodos de cobre, madeira em estilhas, ferro ligas, ferro fundido, madeira serrada, celulose, açúcar bruto e couros. Já nos manufaturados, a pasta ressaltou os resultados positivos de torneiras/válvulas, máquinas para terraplanagem, tratores, óxidos/hidróxidos de alumínio, automóveis de passageiros, motores e geradores elétricos, autopeças, motores para veículos e partes, suco de laranja não congelado, calçados, açúcar refinado, veículos de carga e polímeros plásticos.
Nos desembarques, o resultado de setembro superou em 18,1% o do mesmo mês do ano anterior e ficou 11,8% acima do registrado em agosto, também pela média diária. A pasta destacou o crescimento das importações de bens de capital, 34,5% acima de setembro de 2016; de combustíveis e lubrificantes, alta de 26,4% na mesma comparação; de bens de consumo, 15,9% maiores; e de bens intermediários, com avanço de 15,1%.
Para Abrão Neto, as importações maiores de bens de capital podem refletir o reaquecimento na economia. “[O aumento] pode indicar uma tendência de recuperação dessa linha de importações, muito relacionada a investimentos. Nós confirmaremos essa tendência nos próximos meses”, ressaltou o secretário de Comércio Exterior.
Ele destacou também o desempenho da categoria de bens intermediários. “O aumento está concentrado nas importações de bens intermediários e insumos em especial para a agropecuária, como fertilizantes e herbicidas, e também para a indústria dos setores químico e eletroeletrônicos”, afirmou Abrão Neto.
Oriente Médio
As exportações para o Oriente Médio cresceram 26% em setembro, comparado com igual período do ano passado, somando US$ 1,123 bilhão. O MDIC afirmou que os países da região aumentaram principalmente as compras de açúcar bruto, carne bovina, minério de ferro, óxidos e hidróxidos de alumínio, coque de petróleo, chassis com motor, pedras preciosas/semipreciosas, óleos combustíveis e ouro em forma semimanufaturada.
Como as importações da região somaram US$ 266 milhões, uma redução de 10,5% em relação a setembro de 2016, o saldo da balança brasileira com o Oriente Médio ficou positivo em US$ 857 milhões no mês.
No ano, o superávit com o Oriente Médio chega a US$ 5,922 bilhões, com US$ 8,739 bilhões em exportações, alta de 16,5% comparado com janeiro a setembro de 2016, e US$ 2,817 bilhões em importações, crescimento de 4,8% na mesma base de comparação.
*Com informações da Agência Brasil