São Paulo – As exportações dos países da América Latina e Caribe alcançarão um crescimento de 10% este ano, segundo estimativas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) que fazem parte do relatório Perspectivas de Comércio Internacional da América Latina e do Caribe 2017, divulgado nesta segunda-feira (30) em Santiago, no Chile.
A região deixa, assim, “meia década de queda nos preços de sua cesta de exportação e de baixo aumento do volume exportado”, destacou a comissão da ONU no relatório. As importações da região também apresentarão um crescimento após quatro anos seguidos de queda em valor, com projeção de alta de 7% em 2017.
Segundo o documento, a recuperação das exportações será liderada pelas vendas para a China (23% maiores), demais países da Ásia (17% superiores) e Estados Unidos (10% acima do registrado em 2016). Haverá também uma expansão de 9% nas exportações intrarregionais, enquanto os embarques para a União Europeia deverão ter 6% de aumento.
“Embora se observe uma grande incerteza nos âmbitos macroeconômico, tecnológico e geopolítico em nível internacional, contribuíram para o aumento do comércio da América Latina e do Caribe o maior dinamismo da demanda agregada em alguns de seus principais parceiros comerciais, o maior preço de vários de seus produtos básicos de exportação, e o desmantelamento das restrições alfandegárias e não alfandegárias em alguns de seus países”, indica o relatório
A Cepal estima que a região da América Latina e do Caribe deverá crescer 1,2% este ano e 2,2% em 2018, revertendo um cenário de dois anos de recessão.
Brasil
Segundo o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, o Brasil aumentará em 18% suas exportações este ano e em 8,3% as importações. No caso dos produtos manufaturados, o aumento das exportações deverá ficar em 20%. “Isso reflete um bom momento do comércio exterior brasileiro, já que temos observado preços mais favoráveis e elevação da quantidade exportada, em especial para a América Latina”, disse Mussi à Agência Brasil.
“O aumento das importações também nota certa recuperação da economia brasileira, dado que estamos comprando mais do mercado externo. Isso deve estar relacionado ao aumento do consumo brasileiro, que já se observa, e a alguma coisa em termos de modernização em alguns setores, devido à aquisição de máquinas e equipamentos”, acrescentou.
*Com informações da Agência Brasil