São Paulo – A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisou para cima sua previsão de crescimento das exportações brasileiras em 2018. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (24) pela entidade, as vendas externas poderão chegar a US$ 224,445 bilhões, um aumento de 3,1% em relação ao ano passado. A projeção inicial, feita em dezembro de 2017, era de um avanço de 1,1%.
De acordo com o presidente da AEB, José Augusto de Castro, a elevação leva em consideração a valorização do petróleo no primeiro semestre, a quebra da safra de soja na Argentina, o aumento dos preços de óleos combustíveis e as vendas de plataformas petrolíferas.
Na outra mão, a AEB revisou ligeiramente para baixo a perspectiva de crescimento das importações brasileiras. Para a entidade, as compras externas deverão chegar a US$ 168,13 bilhões, um aumento de 11,5% sobre 2017. A previsão original era de um avanço de 11,7%.
Em comunicado da instituição, Castro disse que a redução ocorreu em função da queda da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 1,5% em 2018.
Se os números se confirmarem, o Brasil acumulará um superávit comercial de US$ 56,315 bilhões, 15,9% abaixo do registrado em 2017. A estimativa original era de um recuo de 23,1%. “Mesmo sendo menor, se pode avaliar como um robusto superávit e que pode ser comemorado, mas sem esquecer que será obtido com baixos volumes de exportação e importação”, declarou Castro, segundo a nota da AEB. Ele informou que a participação do Brasil no comércio mundial seguirá em 1,1%.
A instituição acrescenta que a corrente de comércio, que é a soma das exportações e das importações, poderá chegar a US$ 392,575 bilhões este ano, maior do que os US$ 368,499 bilhões de 2017, mas bastante inferior ao recorde de US$ 482,292 bilhões atingido em 2011.
Castro destacou também que as exportações de manufaturados estão estagnadas e deverão ficar abaixo do patamar de 2007, principalmente em razão da crise econômica na Argentina, principal compradora de produtos industrializados do Brasil.
Ele ressaltou que a pauta brasileira de exportações está mais concentrada, com commodities como soja, petróleo e minério de ferro representando 30,5% de tudo o que o país vende ao exterior. “Hoje entre os dez principais produtos exportados pelo Brasil, nove são commodities e, apenas um, automóveis, é manufaturado”, disse o executivo, segundo o comunicado da AEB.