Randa Achmawi
Cairo – Até a próxima Cúpula de Países Árabes e Sul-Americanos, prevista para ocorrer no segundo semestre deste ano em Doha, no Catar, as diplomacias das duas regiões terão uma agenda mútua movimentada. Na reunião de chanceleres árabes e sul-americanos, que ocorreu no último mês em Buenos Aires, ficou estabelecida a criação de um grupo de trabalho composto por representantes dos países que estejam encabeçando a presidência rotativa de cada um dos blocos.
De acordo com o chefe do departamento para América Latina da Liga Árabe, Ibrahim Mohieldeen, esse grupo vai ser reunir durante os próximos encontros de altos funcionários para elaborar um plano de ação. O plano deverá ser apresentado, depois, pelos chefes de governo na cúpula em Doha.
"Também paralelamente às reuniões de altos funcionários vão se reunir as comissões técnicas, como a de cooperação sobre questões culturais, econômicas e de meio ambiente", disse Mohieldeen. Também estão previstas para ocorrer reuniões do Comitê de Cooperação Cultural, em Argel, no mês de abril, e ministerial, na Arábia Saudita, sobre recursos hídricos e desertificação. A data prevista é o mês de novembro.
As relações com a América do Sul fizeram parte da pauta da 129ª reunião do Conselho de Ministros de Relações Exteriores Árabes, que aconteceu na última semana no Egito. O encontro ocorre duas vezes por ano, em março e setembro. O secretário-geral da Liga, Amr Mussa, falou sobre a América do Sul na coletiva de imprensa após o encontro.
"As relações com os países da América do Sul estão assumindo uma dimensão cada vez maior. Elas mais uma vez foram consolidadas durante nosso último encontro em Buenos Aires e sua vitalidade se reflete na coordenação existente hoje nas áreas política, econômica, social e cultural entre os dois blocos", disse Mussa.
O secretário-geral da Liga afirmou também que as relações do mundo árabe com a América do Sul estão, inclusive, avançando num ritmo muito melhor que era esperado no início. O texto oriundo da reunião de chanceleres árabes no Cairo também mencionou os sul-americanos.
Segundo Mohieldeen, os árabes manifestaram, no documento, sua satisfação pela iniciativa do Catar em acolher a próxima reunião de chefes de governo, os resultados da reunião de Buenos Aires e o anúncio da reunião ministerial na área de águas e desertificação na Arábia Saudita.
A reunião ministerial do Cairo abordou 27 temas. Os principais foram a evolução dos acontecimentos na Palestina e o apoio ao povo libanês para que este possa efetuar as próximas eleições presidenciais na data previamente marcada, dia 11 de março.