São Paulo – Para atrair capital saudita no agronegócio brasileiro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai promover um seminário sobre as oportunidades de investimento no setor, em Riad, capital da Arábia Saudita, no dia 02 de novembro. O evento, que é organizado pelo departamento de Promoção Internacional do Agronegócio, ocorre em paralelo à missão brasileira de alimentos ao país árabe.
"Já faz um tempo que a Arábia Saudita tem anunciado investimentos (no agronegócio) em outros países, mas nunca se falou em Brasil", afirmou o diretor do departamento, Eduardo Sampaio. Segundo ele, a criação da empresa estatal saudita Agroinvest, para apoiar investimentos do setor no exterior, abre portas para o Brasil, que oferece alta disponibilidade de terra arável, clima favorável, disponibilidade hídrica, mão-de-obra especializada e oferta de tecnologia.
De acordo com Sampaio, a diversidade brasileira das cadeias agroalimentares proporciona ao investidor estrangeiro a oportunidade de investimento por meio de parcerias com empresas de grande capacidade de produção, aquisição, transformação e comercialização de alimentos. "A ideia é mostrar que os árabes podem investir na agricultura brasileira sem a necessidade de adquirir terras", disse o diretor.
Além das parcerias com empresas da agroindústria ou tradings, o seminário vai mostrar que os mecanismos de financiamento no país já são bem conhecidos, o que permite maior segurança, liquidez e garantia do fornecimento de produtos. Esses mecanismos vão ser apresentados pelo vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes. Além dele, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Edílson Guimarães, fará uma apresentação.
"O agronegócio brasileiro permite atrair investimento saudita em todos os setores, como grãos, açúcar, lácteo, carne bovina e de frango, frutas e mel", disse o diretor. Essa vai ser a primeira vez que o Mapa faz um seminário do gênero no Oriente Médio. Segundo Sampaio, o fato desses países apresentarem restrições locais de terra e água para a produção, assim como a tendência de valorização dos preços das commodities agrícolas, levaram os países do Golfo a anunciar diversos projetos agrícolas no exterior, a fim de garantir o suprimento futuro de alimentos.
No final do evento, representantes de associações brasileiras dos setores de carnes, lácteo, sucos e grãos vão participar de encontros com empresários locais.
Feira
Entre os dias 1 e 4 de novembro, 16 empresas brasileiras do setor de alimentos vão participar da feira Saudi Agro-Food, em Riad. O pavilhão do Brasil vai ter 144 metros quadrados e é organizado pelo Mapa com o apoio da empresa de consultoria Conceito Brazil e da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O evento deve reunir 650 expositores de mais de 38 países. Entre os setores das empresas brasileiras que vão estar na feira estão de lácteos, carnes, ração animal, café e confeitos.
De acordo com informações da organização da mostra, a Arábia Saudita importou em 2008 o equivalente a US$ 15 bilhões em alimentos, um aumento de 25% sobre 2007. Só o Brasil exportou o equivalente a US$ 1,43 bilhão em produtos do agronegócio ao país árabe no ano passado, um crescimento de mais de 45% sobre 2007.