Alexandre Rocha
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São Paulo – A Agência de Promoção das Exportações e Investimentos do Brasil (Apex) lançou um novo projeto para incentivar os negócios das tradings. O objetivo é ampliar as exportações de pequenas e médias indústrias por meio das empresas de comércio exterior. "Nós notamos que um grupo grande de pequenas e médias empresas que participaram de nossos eventos não conseguiu sustentar as exportações, principalmente por falta de conhecimento do mercado externo", disse ontem (17) à ANBA o gestor do projeto na Apex, Maurício Manfré.
Segundo ele, a intenção do projeto é unir produtos de qualidade fabricados pela indústria com bons serviços oferecidos pelas tradings, dando ao importador um pacote completo. Num primeiro momento a agência vai realizar, no Brasil, rodadas de negócios entre as indústrias e empresas de comércio exterior, com o apoio de associações comerciais. "Assim os produtores vão poder conhecer esse modo de exportação indireta", afirmou Manfré.
Posteriormente as tradings serão convidadas a participar de eventos internacionais, como feiras, missões e rodadas de negócios, para oferecer os produtos das pequenas e médias indústrias. De acordo com Manfré, as ações deverão o seguir o modelo da missão ao Norte da África realizada no primeiro semestre de 2007 pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Apex. Na viagem, representantes de companhias de diferentes setores participaram de seminários e encontros de negócios pré-agendados com empresas do Marrocos, Tunísia e Egito.
A princípio, os segmentos tidos como mais promissores são os de alimentos, produtos para casa e construção, itens de vestuário, cosméticos, material de limpeza e bens de capital. "Nesse tipo de evento (multissetorial) as tradings acabam se dando melhor, porque têm uma gama muito maior de produtos para oferecer", declarou Manfré.
Foram escolhidos cinco mercados prioritários para as ações do projeto: Angola, China, Cingapura, Emirados Árabes Unidos e México. São locais considerados portas de entrada para suas respectivas regiões. "Nossa inteligência comercial identificou que esses mercados apresentam as maiores curvas de crescimento nas importações e de oportunidades de negócios para o Brasil", ressaltou Manfré. "Além disso, são locais onde a presença de intermediários, como as tradings, não é mal vista. Pelo contrário", acrescentou.
Segundo o gestor, cerca de 150 empresas de comércio exterior já entraram em contato com agência para manifestar interesse no programa. A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) está fazendo um mapeamento das tradings, que deverá ficar pronto até o final de maio. "Precisamos desse estudo porque temos mais conhecimento sobre as indústrias, não sobre as tradings. O papel da Funcex será nos dizer o perfil dessas empresas", declarou.
A ação será dirigida para companhias dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Manfré acredita que nas missões deverão participar entre 20 e 35 empresas. A primeira vai ocorrer já em agosto, para Angola, que deverá coincidir com a realização de uma feira. O orçamento do projeto está previsto entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões.
Contato
Tradings interessadas no projeto devem encaminhar um e-mail para fcorreia@funcex.com.br , pedir uma senha de acesso ao site da fundação e preencher uma ficha de inscrição no endereço www.funcex.com.br/apexquest_1.asp .