São Paulo – Empresas brasileiras produtoras de mel fecharam US$ 5,4 milhões em negócios em feira do setor na Coreia do Sul, na última semana, e parte destas vendas foram feitas aos árabes. Nos próximos doze meses, a perspectiva é que a 44ª Apimondia gere US$ 9,5 milhões para as apícolas brasileiras, com vendas para 31 países, entre eles aos árabes Egito, Arábia Saudita, Catar e Jordânia.
Um grupo com 16 empresas brasileiras participou da feira, que ocorreu entre os dias 15 e 20 de setembro na cidade de Daejeon. A participação nacional foi promovida pela Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), parceira da entidade do projeto Brazil Let’s Bee, de promoção internacional do segmento.
Os contatos de negócios também foram feitos com Coreia, China, Japão, Malásia, Estados Unidos, França, Canadá, Vietnã, México, Austrália, Alemanha, Turquia, Espanha, Mongólia, Índia, Nova Zelândia, Irã, Rússia, Indonésia, Mianmar, Eslováquia, Taiwan, Chile, Finlândia, Senegal, Zâmbia e Etiópia. Segundo a Abemel, a Apimondia ocorre a cada dois anos e é o principal evento da apicultura mundial.
De acordo com a secretária-executiva da Abemel, Joelma Lambertucci, a facilidade de locomoção entre as duas regiões atraiu os árabes para a feira. Não há números precisos, mas Lambertucci acredita que cerca de 5% dos negócios fechados foram com as nações árabes. O maior número de visitantes na feira, porém, era da própria Coreia, seguidos de China e Japão, segundo a percepção da secretária-executiva, que também é diretora dos Apiários Lambertucci, de Rio Claro, interior paulista.
A executiva afirma que para os árabes o mel brasileiro é um produto novo, mas que eles adoram o sabor quando provam. Como não conhecem a qualidade, eles acham os preços altos, segundo Lambertucci. Ela acredita, porém, que isso será superado com o conhecimento e a confiança no produto. A executiva lembra a grande demanda que há entre os árabes pelo produto. “Eles compram muito mel de péssima qualidade”, afirma sobre o fornecimento de alguns países produtores.
Lambertucci afirma que o mercado mundial atualmente está um tanto instável, com bastante oferta e preços em queda. Mas ela lembra que o Brasil está posicionando o produto cada vez mais internacionalmente. Segundo a secretária-executiva, o própolis brasileiro, por exemplo, fez muito sucesso na feira, pela questão terapêutica e por sua qualidade. “Levaram todas as amostras”, conta.
Além dos negócios feitos, duas empresas brasileiras participantes da feira foram premiadas por seus produtos e trabalho no concurso World Beekeeping Awards Apimondia 2015. Uma delas foi a Prodapys Apis Nativa, que conquistou medalha de ouro na categoria Variedades de Mel e medalhas de prata nas categorias Mel Cremoso, Cera de Abelha e Mel Claro, além de medalha de bronze na categoria Mel Escuro. A Natucentro ganhou medalha de ouro na categoria Fotografia e prata na categoria Vídeo, apresentando o processo de produção do própolis verde.