Amã e São Paulo – O governo da Jordânia anunciou nesta quarta-feira (05) que o Banco Mundial (Bird) vai emprestar US$ 1,45 bilhão ao país para incentivar o crescimento e a geração de empregos, segundo informações da Kuwait News Agency (Kuna).
O ministro jordaniano do Planejamento e Cooperação Internacional, Mohammad Al-Ississ, disse que o país precisa adotar reformas para enfrentar o alto nível de desemprego e turbulências externas. Ele acrescentou que a Jordânia tem compromisso com reformas para acelerar o crescimento, atingir maior sustentabilidade e fortalecer a economia.
O diretor-geral do Banco Mundial para a região do Levante, Saroj Kumar Jha, destacou que a instituição estava “ansiosa” para auxiliar a Jordânia a desenvolver bases econômicas sólidas que permitam uma maior abertura da economia, a geração de empregos e a realização de novos investimentos.
O ministro Al-Ississ informou que US$ 1 bilhão serão utilizados para cobrir empréstimos tomados por meio da emissão de títulos da dívida do país, e US$ 450 milhões vão ajudar a equilibrar o Orçamento permitindo o aporte de recursos em projetos, reformas e novas oportunidades de empregos.
Segundo o banco, o empréstimo tem taxas muito menores do que as existentes no mercado internacional, está lastreado em garantias oferecidas pelo Reino Unido e a Arábia Saudita, e tem um prazo de 34 anos.
A instituição acrescenta que a Jordânia enfrentou na última década choques externos e turbulências regionais, como as suspensão do fornecimento de gás do Egito, por causa da sabotagem do gasoduto que liga os dois países em 2011; o fluxo de cerca de 1,3 milhão de refugiados sírios (foto) desde que a guerra civil eclodiu na nação vizinha; e a interrupção de importantes rotas comerciais em função dos conflitos na Síria e no Iraque.
O Banco Mundial diz que a Jordânia respondeu a estes problemas promovendo um ajuste fiscal significativo, ao mesmo tempo em que conseguiu manter a estabilidade econômica e social. O país cresceu em média 2% ao ano nos últimos dois anos.
“A Jordânia mostrou resiliência a choques externos, compromisso com o processo de reformas e determinação em se manter como uma base de estabilidade e hospitalidade ao longo destas crises, mas isso cobrou um preço significativo dos cidadãos jordanianos, com uma taxa recorde de desemprego e um alto déficit em conta corrente”, disse o ministro Al-Ississ, de acordo com o banco.
As reformas têm por objetivos atrair investimentos estrangeiros, promover as exportações de serviços que sejam vantajosos para os jordanianos, simplificar procedimentos de licenças e inspeções para facilitar os negócios, principalmente para pequenas empresas; melhorar o mercado de crédito, e criar novas regras para contratos públicos para reduzir os custos e aumentar a transparência.
Algumas medidas que fazem parte das reformas são a ampliação dos serviços de banda larga para gerar oportunidades para os jovens na economia digital, a adoção de uma nova legislação sobre parcerias público-privadas para institucionalizar os investimentos e criar um plano de sustentabilidade financeira para o setor de energia.
O banco destaca também o fortalecimento do sistema de proteção social por meio da expansão de programas de transferência de renda e a adoção de políticas para inclusão de mulheres e jovens no mercado de trabalho.
Com o novo crédito, a soma emprestada pelo Banco Mundial à Jordânia chega a US$ 2,78 bilhões.