São Paulo – O setor que inclui a indústria de biscoitos do Brasil exportou ao Djibuti US$ 28 mil e 22 toneladas em janeiro deste ano. Os dados são da Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Mas não é só. O país árabe também consome produtos como balas e doces brasileiros, conta o trader Gilberto Antonio Jorge, que exporta os produtos da marca brasileira Cory para diversos países da África, incluindo Djibuti e Somália. Na foto acima, a equipe de Jorge na Millen Internacional, empresa que representa a marca de doces Cory.
“No Djibuti temos cliente faz tempo. Eles já compraram a linha completa da Cory. O biscoito não tem tanto volume. Para nós, o que eles pedem mais são as balas e drops, que vão muito bem. E os ‘candies’, que incluem tudo que tem açúcar, bala mole, bala dura. E eles compram um pouco de produtos que levam chocolate também, pão de mel com chocolate, por exemplo, ou o palito coberto com chocolate. O mais forte mesmo são as balas mastigáveis, como a Azedinha e a bala do Hipopó”, contou ele à ANBA.
Os embarques que Jorge faz para o país são mensais. O cliente, um grupo importador chamado Al Chadily, faz o pagamento diretamente para o escritório que o trader brasileiro tem em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Comprador e vendedor se conheceram nas exposições internacionais que frequentam. “Ele vai em todas as feiras, como as de Dubai e em Paris, na França. Na Sial Paris costumam ir muitos importadores de países africanos”, disse o trader brasileiro, citando a mostra especializada no setor alimentício.
Jorge conta, ainda, que a exportação se tornou interessante pela característica de polo revendedor que o país tem na região. “O Djibuti tem expressão de negócio não só pelo mercado interno, mas por abastecer os países vizinhos”, revelou ele.
O país é praticamente apenas importador desse tipo de alimento, explicou Jorge. E o público local que consome os produtos brasileiros tem poder aquisitivo baixo e está essencialmente entre as classes B e C.
Embora não tenha dados anteriores, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) afirma que os embarques ao país voltaram a acontecer após os anos de pandemia.
A expectativa da associação é, ainda, de acelerar o crescimento nas vendas totais de biscoitos ao mercado externo no segundo semestre deste ano, que tradicionalmente tende a ser importante na fabricação e exportações do segmento. África e Oriente Médio devem ser regiões importantes no período.